Artigo – 1917

  • 16 de outubro de 2016
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Os temas desta semana são muitos, a começar pelo início da tramitação da PEC 241 no Senado Federal e pelo resultado das eleições municipais, que consolidam, sem qualquer dúvida, uma hegemonia política das forças de centro-direita no país, cacifando especialmente o governador de São Paulo para o pleito presidencial de 2018. Há também o centenário de um dos principais fatos históricos do século XX, que marcou profundamente a humanidade: a Revolução Russa.

Ocorrida em 7 de novembro de 1917 (25 de outubro pelo antigo calendário gregoriano), foi extremamente controversa e seus resultados geram paixões e ódios ao redor do planeta até os dias atuais, porquealterou profundamente duas questões da máxima importância para a economia mundial e para cada um dos seus 7,5 bilhões de habitantes: como se dá a organização do processo produtivo e a distribuição da renda e da riqueza por ele gerada.

A experiência soviética foi a primeira na história da humanidade na qual a classe trabalhadora assumiu o controle político, de fato, de uma nação. Ao desfraldar a bandeira da igualdade social, empolgou milhões de pessoas ao redor do mundo. Ao implementar a planificação econômica, elevou uma nação atrasada e semifeudal à condição de 2ª maior nação industrial do planeta, provocando forte impacto no próprio sistema capitalista mundial elevando diversas governos burgueses, especialmente na Europa, a implementarem o sistema do Welfare State.

Mas a experiência também provocou forte resistência, levando a experiência soviética a um forte isolamento. Já em 1924, aproveitando-se da enfermidade e posterior morte de Lênin, os setores mais atrasados do Partido Bolchevique, comandados por Stalin, assumiram o controle da nação e iniciaram uma notável desfiguração do projeto político original de 1917, começando por liquidar com a democracia absolutamente original instituída. O restante do enredo é por demais conhecido.

Júlio Miragaya – Presidente do Conselho Federal de Economia

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