Artigo – 282 mil

  • 28 de abril de 2016
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Na quinta-feira passada previ que o DF registraria um triste recorde, o de maior número de desempregados de sua história, prognóstico que gostaria de ter errado. Em março, o contingente desempregado no DF somou 282 mil pessoas, superando a marca registrada em agosto de 2003, no Governo Roriz, de 268 mil.

Após dois anos de desempenho excepcional, com a geração de 100 mil novos empregos, a deterioração do mercado de trabalho local começou em 2013. Naquele ano e em 2014 o número de postos de trabalho cresceu de forma pífia (apenas 30 mil), com o contingente desempregado chegando a 177 mil.

Em 2015 a situação se agravou, com a perda de 37 mil postos de trabalho, o que, somado ao crescimento de 23 mil pessoas da PEA, elevou o número de desempregados para 237 mil. Nos três primeiros meses de 2016 a perda de postos de trabalho se acentuou, elevando o contingente desempregado para 282 mil, recorde histórico, ainda que a taxa de desemprego de 18,1% esteja distante do recorde de 23,9% verificado em abril de 2003.

Se incluirmos os números de nossa periferia goiana, o contingente desempregado na Área Metropolitana de Brasília chega a 425 mil, taxa de desemprego de 19,1%, a 2ª maior taxa entre as metrópoles brasileiras, inferior apenas à da Área Metropolitana de Salvador.

Não obstante Brasília possuir o maior PIB per capita e a maior renda domiciliar do País, a taxa de desemprego é elevada em decorrência da estrutura produtiva pouco diversificada e da excessiva dependência do setor público. O DF acomodou-se com a condição de beneficiário de vultosas transferências financeiras da União e a inexistência de uma estratégia de desenvolvimento econômico é o seu maior problema. Urge a elaboração e implementação de um plano de desenvolvimento integrado da Área Metropolitana de Brasília, lembrando que já se passaram 16 meses, exatamente 1/3 do atual mandato.

Júlio Miragaya – Presidente do Conselho Federal de Economia e do Ibrase

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