Inflação foi de 0,21% em janeiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro variou 0,21%, enquanto, em dezembro, havia subido 1,15%. Foi o menor resultado para um mês de janeiro desde o início do Plano Real. O acumulado dos últimos doze meses foi a 4,19%, abaixo dos 4,31% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2019, a taxa havia ficado em 0,32%. Esta é a primeira divulgação do IPCA / INPC com a nova estrutura de ponderação, atualizada a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018.
Período | TAXA |
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Janeiro de 2020 | 0,21% |
Dezembro de 2019 | 1,15% |
Janeiro de 2019 | 0,32% |
Acumulado nos 12 meses | 4,19% |
O maior impacto no índice do mês, 0,08 ponto percentual (p.p.), veio do grupo Habitação, que também registrou a maior variação (0,55%) entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados. Outros cinco grupos também apresentaram alta, com destaque para Alimentação e bebidas (0,39% de variação e 0,07 p.p. de impacto) e Transportes (0,32% de variação e 0,06 p.p. de impacto). No lado das quedas, a contribuição negativa mais intensa (-0,04 p.p.) veio de Saúde e cuidados pessoais (-0,32%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,48% em Vestuário e a alta de 0,35% em Despesas pessoais.
IPCA – Variação e Impacto por grupos – mensal | ||||
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Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Dezembro | Janeiro | Dezembro | Janeiro | |
Índice Geral | 1,15 | 0,21 | 1,15 | 0,21 |
Alimentação e Bebidas | 3,38 | 0,39 | 0,83 | 0,07 |
Habitação | -0,82 | 0,55 | -0,13 | 0,08 |
Artigos de Residência | -0,48 | -0,07 | -0,02 | 0,00 |
Vestuário | 0,00 | -0,48 | 0,00 | -0,02 |
Transportes | 1,54 | 0,32 | 0,28 | 0,06 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,42 | -0,32 | 0,05 | -0,04 |
Despesas Pessoais | 0,92 | 0,35 | 0,10 | 0,04 |
Educação | 0,20 | 0,16 | 0,01 | 0,01 |
Comunicação | 0,66 | 0,12 | 0,03 | 0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Após a queda de 0,82% no mês de dezembro, o grupo Habitação subiu 0,55%, puxado pelos preços de condomínio (1,39%) e aluguel residencial (0,61%). A energia elétrica, por sua vez, registrou leve alta (0,16%), com as áreas variando entre a queda de 4,77% em Rio Branco – onde houve redução de 4,67% nas tarifas, a partir do dia 13 de dezembro – até a alta de 3,41% em Goiânia. Em janeiro, foi mantida a bandeira tarifária amarela, que acrescenta na conta de luz R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Ainda em Habitação, o resultado do item taxa de água e esgoto (0,30%) decorre dos reajustes de 18,00% em Belém (8,88%, vigente desde 14 de dezembro), e de 6,43% em Campo Grande (5,23%, válido desde 3 de janeiro). Já a variação do item gás encanado (0,64%) é consequência do reajuste de 2,45% observado no Rio de Janeiro (2,14%), em vigor desde 1º de janeiro. No que diz respeito ao gás de botijão (0,87%), vale ressaltar que a Petrobras anunciou um reajuste de 5,00% no preço do botijão de 13 kg, nas refinarias, a partir do dia 27 de dezembro de 2019.
A desaceleração no grupo Alimentação e bebidas (de 3,38% em dezembro para 0,39% em janeiro) deveu-se, principalmente, ao comportamento dos preços das carnes. Após a alta de 18,06% em dezembro, as carnes recuaram 4,03% em janeiro, contribuindo com o impacto negativo mais intenso sobre o índice do mês (-0,11 p.p.). Com isso, o grupamento da alimentação no domicílio registrou alta de 0,20%, frente aos 4,69% do IPCA de dezembro. No lado das altas, o destaque ficou com o tomate (13,72%) – cujos preços já haviam subido 21,69% no mês anterior – e com a batata-inglesa (11,02%).
A alimentação fora do domicílio (0,82%) também desacelerou em relação ao mês anterior (1,04%). A refeição passou de 1,31% em dezembro para 1,05% em janeiro, e o lanche, de 0,94% para 0,42%, no mesmo período.
No grupo dos Transportes (0,32%), o maior impacto positivo (0,05 p.p.) veio da gasolina (0,89%), embora esta variação tenha sido inferior à de dezembro (3,36%). O etanol (2,59%) também desacelerou em relação ao mês anterior (5,50%), contribuindo para que o IPCA dos combustíveis tenha ficado em 1,08%, abaixo dos 3,57% registrados em dezembro. Já o impacto negativo mais intenso (-0,05 p.p.) veio das passagens aéreas (-6,75%), que haviam subido 15,62% em dezembro.
Ainda em Transportes, o resultado do item táxi (0,40%) é consequência do reajuste de 2,20% nas tarifas no Rio de Janeiro (1,86%), em vigor desde o dia 2 de janeiro. Os ônibus intermunicipais (1,18%), por sua vez, sofreram reajustes em duas regiões: em Belo Horizonte (7,89%), houve aumento de 8,89% no valor das passagens, com vigência a partir de 29 de dezembro; já em São Paulo (1,35%), os aumentos variaram entre 4,85% e 6,47% e foram aplicados a partir de 26 de janeiro.
Os ônibus urbanos (0,78%) também tiveram seus preços reajustados nas seguintes regiões: Brasília (5,00%) – reajuste de 10,00%, a partir de 13 de janeiro; Vitória (4,08%) – reajuste médio de 5,43%, a partir de 5 de janeiro; São Paulo (2,09%) – reajuste de 2,32%, a partir de 1º de janeiro; Campo Grande (2,03%) – reajuste de 3,80%, a partir de 28 de dezembro.
Em Campo Grande, uma liminar revogou o reajuste no dia 9 de janeiro, porém ele voltou a vigorar a partir de 22 de janeiro.
As passagens de metrô (1,74%) também foram reajustadas em 2,32% em São Paulo (2,09%) e em 10,00% em Brasília (5,00%). Em São Paulo, o mesmo percentual de reajuste (2,32%) foi aplicado aos bilhetes de trem (2,09%), influenciando diretamente no resultado do subitem (1,31%).
No grupo Saúde e cuidados pessoais (-0,32%), houve deflação em janeiro, principalmente por conta dos itens de higiene pessoal (-2,07%). Os produtos para pele, que haviam subido 5,14% em dezembro, recuaram 6,51% em janeiro, contribuindo com -0,03 p.p. no índice do mês. Além disso, os preços dos perfumes (-4,66%) também caíram, contribuindo com -0,05 p.p. No lado das altas, os destaques foram o plano de saúde (0,60%) e os produtos farmacêuticos (0,33%), com impactos de 0,02 p.p. e 0,01 p.p. respectivamente.
O menor resultado regional do IPCA foi no município de Rio Branco (-0,21%), devido à queda na energia elétrica (-4,77%). A região metropolitana de Belém e o município de Aracaju apresentaram a maior variação (0,39%). No primeiro caso, devido às altas do açaí (13,44%) e da refeição (3,24%). No segundo, os maiores impactos (0,08 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente) vieram da gasolina (1,55%) e do tomate (20,16%).
Região | Peso Regional (%) | Variação mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |
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Dezembro | Janeiro | 12 meses | ||
Belém | 3,94 | 1,78 | 0,39 | 5,61 |
Aracaju | 1,03 | 1,09 | 0,39 | 4,21 |
Salvador | 5,99 | 1,26 | 0,34 | 3,90 |
São Paulo | 32,28 | 0,93 | 0,33 | 4,55 |
Recife | 3,92 | 0,96 | 0,30 | 3,74 |
Vitória | 1,86 | 0,85 | 0,29 | 3,31 |
Fortaleza | 3,23 | 1,28 | 0,28 | 5,14 |
Belo Horizonte | 9,69 | 1,05 | 0,20 | 3,68 |
Porto Alegre | 8,61 | 1,15 | 0,17 | 4,18 |
Campo Grande | 1,57 | 1,32 | 0,13 | 4,57 |
Goiânia | 4,17 | 1,40 | 0,10 | 4,65 |
Curitiba | 8,09 | 1,35 | 0,05 | 4,02 |
Rio de Janeiro | 9,43 | 1,19 | 0,05 | 3,60 |
Brasília | 4,06 | 1,62 | -0,12 | 3,57 |
São Luís | 1,62 | 1,47 | -0,19 | 3,99 |
Rio Branco | 0,51 | 0,60 | -0,21 | 3,70 |
Brasil | 100,00 | 1,15 | 0,21 | 4,19 |
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 28 de dezembro de 2019 a 28 de janeiro de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de novembro a 27 de dezembro de 2019 (base).
INPC de janeiro fica em 0,19%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro variou 0,19%, enquanto, em dezembro, havia subido 1,22%. Este resultado é o menor para um mês de janeiro desde o início do Plano Real. A variação acumulada nos últimos doze meses ficou em 4,30%, abaixo dos 4,48% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2019, a taxa foi de 0,36%.
Os produtos alimentícios subiram 0,45% em janeiro enquanto, em dezembro, registraram 3,66%. O agrupamento dos não alimentícios, por sua vez, apresentou variação de 0,12%, enquanto, em dezembro, havia registrado 0,17%.
A região metropolitana de Belém (0,55%) apresentou o maior índice, principalmente por conta das altas dos itens refeição (3,24%) e açaí (13,44%). Já o menor resultado ficou com o município de São Luís (-0,28%), influenciado pelas quedas nos preços das carnes
(-3,29%) e dos perfumes (-5,75%).
Região | Peso Regional (%) | Variação mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |
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Dezembro | Janeiro | 12 meses | ||
Belém | 6,95 | 1,90 | 0,55 | 5,96 |
Aracaju | 1,29 | 1,07 | 0,31 | 3,96 |
Salvador | 7,92 | 1,23 | 0,31 | 3,93 |
Fortaleza | 5,16 | 1,29 | 0,30 | 5,00 |
Belo Horizonte | 10,35 | 1,08 | 0,27 | 3,86 |
Recife | 5,60 | 0,97 | 0,25 | 3,45 |
Vitória | 1,91 | 0,67 | 0,25 | 3,57 |
São Paulo | 24,60 | 1,02 | 0,25 | 4,58 |
Porto Alegre | 7,15 | 1,14 | 0,25 | 4,29 |
Campo Grande | 1,73 | 1,38 | 0,16 | 4,61 |
Goiânia | 4,43 | 1,62 | 0,06 | 5,05 |
Curitiba | 7,37 | 1,49 | -0,01 | 4,32 |
Brasília | 1,97 | 1,36 | -0,04 | 3,37 |
Rio Branco | 0,72 | 0,61 | -0,16 | 3,71 |
Rio de Janeiro | 9,38 | 1,15 | -0,17 | 3,57 |
São Luís | 3,47 | 1,82 | -0,28 | 3,99 |
Brasil | 100,00 | 1,22 | 0,19 | 4,30 |
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 28 de dezembro de 2019 a 28 de janeiro de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de novembro a 27 de dezembro de 2019 (base).
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Fonte: IBGE