“Queda de 0,69% do IGP-10 não resolve a inflação”
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou queda de 0,69%. Para a conselheira federal do Conselho Federal de Economia (Cofecon) Ana Claudia Arruda, esse resultado já era esperado pelos analistas do mercado em função da queda na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e representa uma medida paliativa.
“Ela não resolve a questão estrutural da inflação brasileira, é um efeito muito provisório”, disse. O IGP-10 registra a alta de preços desde matérias-primas agrícolas até bens e serviços ao consumidor final. No mês anterior, a deflação foi de 0,60%.
Os preços do atacado e varejo tiveram uma queda, contudo o consumidor não vai sentir esse alívio no bolso. Para reverter a situação, Ana Claudia reforça a existência de políticas mais estruturadas. Hoje, a solução se dá com a elevação das taxas de juros e, para a economista, esse não é o caminho.
“O que nós precisamos são medidas mais estruturadas onde haja um enfrentamento correto, uma política correta dentro da Petrobras, uma política de preços correta, de revisão dos dividendos e royalties”, ponderou. “A gente sabe também que a questão do estoque regulador dos alimentos no Brasil perdeu, são setores oligopolizados e os preços chegam no mercado elevados.”
Ana Claudia relembra que a economia internacional também tem um impacto no Brasil, pois “temos um problema externo de cadeia de valor no mundo todo” advindo da guerra e da pandemia. Por isso, ela reitera: “temos medidas internas que deveriam ser tomadas, porque o Brasil tem grande potencial para enfrentar seus problemas”.
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