Participe da live “Pila Verde: a moeda social, econômica e ambiental de Santiago/RS”

  • 2 de dezembro de 2022
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Na próxima quarta-feira (7), às 16h, o Conselho Federal de Economia (Cofecon) promove evento virtual com a temática “Pila Verde: a moeda social, econômica e ambiental de Santiago/RS”, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da autarquia. O palestrante convidado é Tiago Görski Lacerda, prefeito da cidade gaúcha.  

Em 2020, a prefeitura de Santiago criou a Pila Verde, uma moeda social que engloba economia solidária e meio ambiente. A proposta consiste na coleta e reaproveitamento do resíduo orgânico da cidade para a produção de adubo, que será utilizado no cultivo local de alimentos da agricultura familiar, e no estímulo ao consumo desses alimentos saudáveis comercializados nas feiras da cidade. A Pila Verde é a moeda utilizada em todas as etapas. Tudo isso também tem gerado economia aos cofres públicos. 

Desde 2014, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente tenta resolver as questões dos resíduos domésticos na cidade e já apresentava soluções para a coleta seletiva dos lixos orgânicos e eletrônicos. Em alguns casos, como lâmpadas, esponjas e pneus, há empresas que realizam, sem nenhum custo para a prefeitura, a coleta do lixo gerado pelo descarte dos materiais que elas produzem, a chamada logística reversa. Os recolhimentos eram realizados por bairros a cada dia da semana. Após muito diálogo com a sociedade civil, foi criado o projeto Pila Verde, com foco na coleta e processamento do lixo orgânico. Para fortalecer ainda mais o tratamento do resíduo orgânico gerado na cidade, foi criado um ponto fixo para recebimento desse tipo de material. 

Após análise, a prefeitura chegou à conclusão que havia um gasto de quase R$ 500 por tonelada de resíduo, desde o recolhimento até o destino final em Santa Maria, município próximo, o que equivaleria a, aproximadamente, R$ 0,50 o quilo do lixo. Além desse gasto, percebeu-se também que os agricultores tinham um custo de R$ 90 por tonelada de substrato de adubo orgânico comprado em Montenegro, próximo a Porto Alegre. 

A Pila Verde surge para conectar diversos elos dessa cadeia. O morador da cidade, ao vender 5kg de lixo orgânico da sua casa por 1 pila (equivalente a 1 real), pode utilizar essa moeda nas feiras orgânicas locais. A prefeitura compra o lixo dos moradores da cidade, produz o adubo orgânico e o vende aos agricultores locais por R$ 30 a tonelada, ou seja, R$ 60 mais barato que o valor do mercado. 

O processo da compostagem conta com o apoio da Secretaria de Obras, que fornece galhos e folhas secas, dentre outros nutrientes naturais que irão compor o adubo orgânico. O produtor rural, por sua vez, recebe a Pila Verde dos consumidores na feira e pode pagar à prefeitura com essa moeda, inclusive comprando sementes e mudas a preços mais acessíveis. Todo dia da semana tem feira acontecendo em algum bairro da cidade.   

A questão ambiental também é relevante na proposta, na medida em que os produtores não usam adubos químicos na região e a prefeitura estoca menos lixo nos aterros sanitários. Além disso, os moradores se alimentam melhor.   

Quer saber mais sobre a concepção da iniciativa, retornos e importância para a região? Não perca a live que será transmitida ao vivo no canal no YouTube do Cofecon. Para ser notificado, clique aqui. 

Convidados 

Palestrante 

Tiago Görski Lacerda é graduado em Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e administração. É especialista em gestão empresarial, direito tributário, mestre e doutor em administração. Atualmente, é prefeito de Santiago/RS. 

Moderadora 

A economista Gina Paladino é especializada no desenho e implantação de projetos da Economia Criativa em organizações e cidades. Atua como consultora, professora, palestrante e escritora. É graduada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com cursos de extensão e especialização no Brasil, França, Japão e Suíça. Tem mestrado em Teoria Econômica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diploma de estudos aprofundados pela Universidade de Paris.  

Apresentadora 

Maria de Fátima Miranda é professora de economia da UEPG. Foi presidente do Corecon-PR, é conselheira federal e coordenadora da Comissão de Perícia Econômico-Financeira, Mediação e Arbitragem do Cofecon. 

Fonte: Mídia Ninja e portal Articulação Nacional de Agroecologia  

Imagens: Divulgação/Prefeitura de Santiago 

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