A economia da inovação

  • 2 de dezembro de 2022
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Por Lauro Chaves Neto*, originalmente publicado no jornal O Povo

A inovação normalmente está relacionada com um conjunto de mudanças ou aperfeiçoamentos em modelos de negócios, produtos, processos ou sistemas de produção que resultem em ganhos de eficiência. Um dos maiores pensadores da inovação, o economista austríaco Joseph Schumpeter, defendia que a inovação seria o motor do crescimento econômico, ele também reforçava que Inovação é tudo aquilo que cria valor, criando uma demarcação em relação às “novidades” que não agregavam. 

Quando se refere ao mundo empresarial, é possível citar alguns tipos de inovações, como por exemplo: Inovações em produtos; em processos; Novas formas de organização; Novos mercados; Novos insumos; Inovações sociais e institucionais. Todas essas inovações seguem alguns pilares fundamentais, entre os quais vale lembrar do Machine Learning, do Big Data e da Internet das coisas (IoT). 

Já quando se refere ao desenvolvimento territorial, a inovação constitui-se em uma das molas mestras do desenvolvimento endógeno. O arcabouço conceitual do modelo de crescimento endógeno inclui o progresso técnico como um dos seus eixos.  

O desenvolvimento endógeno deve ser conceituado como um processo de melhoria do bem-estar da sociedade de um determinado território, ou seja, na melhoria de seu padrão de utilização de recursos que estão disponíveis, tanto na geração como na distribuição de valores agregados. Dessa forma, os processos de inovação e acumulação passam a ser definidos e controlados pelos agentes internos. O foco do desenvolvimento endógeno está centrado no esforço de “dentro para fora”, na mobilização de recursos e vantagens competitivas do território ou da região, além da fundamental retenção de excedentes.  

Os benefícios da inovação são diversos.  Promovem o uso eficiente dos recursos (humanos, financeiros, tecnológicos, operacionais) e potencializam as vantagens competitivas, buscam a valorização da marca e a melhoria nos processos, além de contribuir para a atração e retenção de talentos. 

O processo inovativo precisa ser avaliado e, para isso, necessita de indicadores, tanto de esforço como de resultado, devendo também identificar se a inovação tem perfil radical ou incremental, qual a parcela de resultados resultante de aperfeiçoamentos e adaptações de produtos ou processos já existentes e qual a decorrente de tecnologia radicalmente nova. 

Em uma economia cada vez mais globalizada e conectada em redes, as organizações e os territórios dependem de encontrar roteiros inovadores para se tornar mais eficientes e competitivos. Porter defende que somente por intermédio de estratégias vitoriosas seria possível obter vantagens competitivas. Essa busca pelas vantagens competitivas só é conquistada com a inovação e o uso de novas tecnologias para produtos, processos e arranjos sociais ou institucionais.  

Percebe-se então que a Inovação não é fim em si; na verdade ela é condição necessária, porém não suficiente, para se alcançar objetivos de desenvolvimento econômico, organizacional ou territorial. 

*Professor da UECE, PHD em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona e Presidente da Academia Cearense de Economia. 

 

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