Presidente, vice-presidente e novos conselheiros são empossados
Solenidade marcou também o lançamento do projeto “Economista Registrado: Melhor para o País”
O Conselho Federal de Economia realizou nesta quinta-feira (26) a solenidade de lançamento do projeto “Economista Registrado: Melhor para o País”. Na ocasião, foram empossados a nova presidência do Cofecon para 2023, composta pelos economistas Paulo Dantas da Costa (presidente) e Eduardo Rodrigues da Silva (vice-presidente), e os novos conselheiros federais, eleitos para um mandato de três anos (2023-2025). A solenidade pode ser assistida clicando AQUI.
Paulo Dantas da Costa, presidente do Cofecon, pontuou que o projeto “Economista Registrado: Melhor para o Brasil” é um desdobramento das ações que foram discutidas junto ao Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas. Também falou sobre o momento político vivido pelo País: “Eu me pergunto em que momento nós, enquanto brasileiros, teremos perdido a capacidade de dialogar e de entender que quem pensa diferente não é inimigo. É um momento em que todos nós devemos estar juntos construindo pontes e trabalhando por um Brasil mais próspero e justo. Continuaremos apresentando à sociedade o posicionamento dos economistas sobre diversas questões econômicas que afetam o nosso país, da mesma forma que temos feito ao longo dos últimos governos”.
A financeirização da economia e a desigualdade são temas muito caros ao presidente. Neste contexto, destacou que os fluxos internacionais de capitais representam mais de 7,5 trilhões de dólares diários. As propostas para resolver os problemas da fome e da desigualdade esbarram sempre no problema do uso de instrumentos nacionais de tributação e, para isso, Dantas propõe um tributo internacional sobre os fluxos de capitais, a ser cobrado por um ente internacional. Citou a frase de Thomas Piketty, na qual o economista francês diz que a ideia de um imposto mundial sobre o capital é uma utopia, mas finalizou: “O que conforta é a certeza de que a humanidade não avança sem o concurso dos utopistas”.
O vice-presidente do Cofecon, Eduardo Rodrigues da Silva, citou nominalmente os funcionários do Cofecon “que se dedicam com galhardia na condução das suas atividades, fazendo com que esta autarquia funcione de forma exemplar. Conto muito com o apoio e a colaboração de todos vocês para que juntos possamos cumprir a nossa missão ao longo deste ano”. Eduardo também afirmou que a presidência dará continuidade “à excelente gestão dos últimos anos”. “Que o pensamento econômico seja aquele que for decidido democrática e racionalmente pelo plenário do nosso Conselho, minimizando os efeitos danosos da polarização ideológica aguçada pelas eleições gerais ocorridas no Brasil no ano passado. O Brasil e o mundo estão ávidos pelas respostas dos economistas nessa conjuntura internacional de crises geopolíticas, sanitárias e econômicas”.
Presidente do Cofecon nos mandatos de 2020 a 2022, Antonio Corrêa de Lacerda lembrou do esforço contra a PEC 108. “Na época mostrávamos que seria um grande risco, não só para as categorias profissionais regulamentadas, mas para a própria sociedade”, afirmou Lacerda. Em relação aos desafios de manter as atividades do Cofecon no cenário de pandemia, apontou para a utilização de ferramentas digitais e os mais de 300 eventos on-line realizados. Mencionou também a publicação Panorama da Economia: “Essa contribuição ao debate por parte das entidades representativas dos economistas também se configurou no lançamento de um pequeno caderno que compilou os posicionamentos oficiais do Cofecon ao longo dos últimos anos. Este material circulou amplamente na equipe de transição do novo governo e também no Legislativo e marcou a contribuição do profissional economista para o debate dos grandes temas nacionais”.
A conselheira federal Flávia Vinhaes Santos falou em representação de todos os conselheiros que tomaram posse. “A necessidade de fazermos a gestão dos Conselhos à distância, o cuidado com os funcionários, a queda da arrecadação decorrentes da pandemia e da crise econômica, trouxeram muitos desafios”, comentou a economista, que anteriormente foi presidente do Corecon-RJ. “Que nós, brasileiros, economistas e conselheiros, possamos contribuir na formulação de alternativas que retomem o crescimento econômico, a geração de empregos e o combate à pobreza. Que a economia encontre na democracia o seu terreno mais fértil”.
A presidente do Corecon-MG, Valquíria Aparecida Assis, representou na solenidade todos os presidentes de Conselhos Regionais de Economia. “Neste novo cenário é importante o papel dos economistas para a retomada do crescimento e do desenvolvimento. Além da defesa da profissão, da regulamentação e da fiscalização, os economistas precisam derrubar velhos dogmas”, expressou. “Vivemos num país com profundas desigualdades, com carências em serviços públicos essenciais. Temos um caminho a trilhar no desenvolvimento de nossas potencialidades econômicas de uma forma sustentável”.
Jenner Jalne de Morais falou pelo Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas, do qual é secretário-executivo. Ele destacou a atuação do Cofecon ao longo do tempo dentro do colegiado, em especial no período de 2001 a 2005, sob a presidência de José Zenóbio de Vasconcelos, Carlos Roberto de Castro, Alberto Tannus Junior e Sidney Pascoutto. “O Cofecon sempre foi um grande aliado do Fórum. Antonio Corrêa de Lacerda, enquanto presidente do Cofecon, nunca faltou a uma reunião”. Jenner entregou uma cópia da Carta de Brasília (acessível clicando AQUI) aos integrantes da mesa, na qual estão expressos os princípios que regem a atuação dos Conselhos.