Brasil: país dos sonhos ou dos pesadelos?

  • 22 de agosto de 2017
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Ao completar seus 517 anos, esse jovem acumulou pesadelos e sonhos que despertaram a atenção do mundo e que nos leva a profundas reflexões.

Com a chegada dos portugueses à costa leste(abril de 1500), descobria-se um tesouro, mais tarde destacado por sua riqueza(território amplo, solo fértil, florestas, recursos minerais, costa marítima, lindas praias, clima favorável e outros), embora só ao longo dos anos isso fosse sendo reconhecido. Em 1808, com a chegada da Família Real, chegou a viciada cultura governamental portuguesa e, ao retornar em 1822, sugaram os cofres públicos, levando moedas, ouro, prata e outros, além de falirem o Banco do Brasil.

Passados cinco séculos a história leva à reflexão se é o País dos pesadelos ou dos sonhos.

Quais as origens e até quando os obstáculos do passado – atraso econômico, corrupção, subdesenvolvimento, desigualdade e injustiça social, autoritarismo político, repressão popular e outros – estarão, com maior ou menor intensidade, na vida do País.

Quando se focaliza a economia do País, dúvidas e incertezas emergem na mente dos analistas. De um lado, se mirada a vida histórica do País, não é pessimismo nem exagero situá-lo na turbulência ou instabilidade do “Pesadelo”(opressão angustiosa durante o sono) a tendência do futuro.

No presente ou no passado recente a corrupção, a má governança, o endividamento irresponsável e a deficiência na prestação dos serviços direcionam a situação ao Sentimento do Pesadelo. A inflação, agora estancada, esteve presente e teimosa no passado. Apenas para reflexão, a moeda brasileira, agora razoavelmente estabilizada, teve uma trajetória histórica quase incomensurável. Se voltado a 1/9/1808, quando se criou a moeda brasileira “ Real”, relacionando-a ao ouro(R=1$2000 = 1/8 de ouro de 22k), caminhando-se até o Real de hoje, passando pelas diversas moedas(Mil Reis, Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzado Novo, Cruzeiro, Cruzeiro Real e o atual Real), tivemos uma inflação(desvalorização) da ordem de 2,75 quatrilhões.
Neste espaço, muitos períodos geraram turbulências e incertezas como um verdadeiro “Pesadelo”.

Por outro lado, olhando as potencialidades , acima citadas, o Brasil é o País da Esperança ou do Sonho – conforme conceituou São Thomaz de Aquino:, “ A esperança é o sonho do homem acordado”.

O momento atual, com o afloramento da profunda corrupção de políticos, governantes e de empresários beneficiados, até do judiciário é, ao mesmo tempo, um Pesadelo e um Sonho.

Se a Justiça(aqui considerados os corretos, de que sirva de exemplo o Juiz Sérgio Moro) tiver a liberdade e o respaldo, os brasileiros poderão ser conduzidos ao “ sonho do acordado”. Não podemos perder a Esperança. Evidentemente precisará haver um redirecionamento político, contrário aos exemplos, inclusive recentes, de anormalidade, como a elevada concessão em discussão da verba político-eleitoral(R$3,6 bilhões), enquanto a saúde, a educação, a segurança, o déficit público estão altamente abalados e marginalizados.

Se os abusos/desperdícios forem corrigidos e evitados, o Brasil poderá reequilibrar suas contas e reduzir a carga tributária, beneficiando as pessoas, as empresas e o próprio governo.

O Governo e seus poderes, especialmente a Câmara dos Deputados, têm espaço para racionalização. A Câmara poderá ter redução de 40 a 50%, sem prejuízo à eficácia . É preciso que se crie um GGI(Grupo Gestor Independente) para identificar o potencial de racionalização e as ações a serem tomadas, acompanhando sistematicamente os resultados. Com base nisso, o Governo assume a responsabilidade de fazer os cortes, sem pena nem sentimento de culpa, beneficiando o presente e o futuro do País.

Evidentemente essas medidas podem não ser simpáticas nem fáceis de realizar mas trarão profundos benefícios à sociedade e ao País.

Que a Esperança(sonho do acordado) se converta em fato real, em benefício do Brasil e dos brasileiros.


Humberto Dalsasso é Economista e consultor empresarial de alta gestão.

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