Artigo – Dia do Economista

Os economistas e seus Conselhos comemoraram o seu dia em 13 de agosto. Sua missão se constitui em um dos maiores desafios da Humanidade: compatibilizar os recursos, sempre escassos, com as necessidades, sempre ilimitadas.

Nos tempos sombrios que vivemos – no Brasil e no mundo -, ainda falta muito para satisfazer às pretensões da Ciência Econômica: promover o bem-estar das pessoas e a felicidade geral das nações.

A luta pela redução das desigualdades e a eliminação da pobreza deveria ser o farol condutor das nossas iniciativas. No Distrito Federal, por exemplo, excelente estudo do pesquisador da CODEPLAN Bruno de Oliveira Cruz revela alguns dados impressionantes, que não deveriam ser ignorados pelas pessoas mais sensíveis e com um mínimo de solidariedade.

Temos os mais altos indicadores de renda e os maiores índices de concentração do País. O PIB per capita do DF corresponde a 2,5 vezes a média nacional. Temos a 8ª economia da Federação.

A desigualdade entre nós é alta e persistente, e, mesmo quando houve desconcentração, em períodos recentes, ela foi menos intensa que no restante do Brasil.

61% da população tem renda até 3 salários mínimos. A renda mensal domiciliar per capita dos 10% mais ricos, no levantamento mais recente, era superior a R$ 5.720,00; a dos 10% mais pobres, menor que R$ 325,00.

Há regiões que pouco conhecemos. A Chácara Santa Luzia, por exemplo, que cresce de forma acelerada, é uma área cuja renda média é a mesma da África subsaariana.

É bom, por fim, refletir sobre algumas conclusões impactantes de estudos mais recentes na nossa área, das quais destacamos que: as sociedades com renda mais concentrada tendem a crescer menos; e as sociedades (mais) desiguais tendem a ser mais violentas.

Roberto Bocaccio Piscitelli – professor da Universidade de Brasília (UnB).

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