Cerimônia de abertura do SINCE reuniu mais de 200 economistas em Porto Velho
Economistas representantes de todos os estados brasileiros se reuniram, na noite do dia 19 de setembro, na cidade de Porto Velho (RO), para a cerimônia de abertura do XXVI Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia. Esta edição do evento é comemorativa, pois celebra os 50 anos de sua realização. No início da cerimônia, a orquestra da base aérea de Porto Velho realizou apresentações da música Amazing Grace e do Hino Nacional Brasileiro.
A mesa de abertura foi composta pelo presidente do Conselho Regional de Economia de Rondônia (Corecon-RO) e coordenador da comissão organizadora do XXVI Since, João Batista Almeida; pelo presidente do Conselho Federal de Economia, Wellington Leonardo da Silva; pelo vice-reitor da Fundação Universidade Federal de Rondônia, Marcelo Vergotti; pelo presidente da Federação Nacional dos Economistas, Juarez Trevisan; o representante do governador de Rondônia, Daniel Pereira, o economista Francisco Lopes Fernandes Neto.
Iniciando os discursos da noite, o presidente do Corecon-RO destacou que esta é a primeira edição realizada na região Norte do Brasil. “Vamos discutir como a crise econômica afeta a crise fiscal dos estados e identificar as políticas e ações que possam ser implementadas para retomada do crescimento econômico, contribuindo para a redução da desigualdade nos diversos estados e regiões”, afirmou. João Batista Almeida argumentou que os atuais programas sociais desenvolvidos pelo governo têm sido ferramentas de corrupção, concentrando ainda mais a renda na mãos de poucos.
Marcelo Vergotti afirmou que a economia é uma das profissões mais importantes entre todas as outras. “O Brasil passa por um momento muito crítico e os conselhos têm um papel muito importante nessa fase. É daqui que deve sair o norte para os habitantes do País. Espero que nesses dias de trabalho vocês possam desenvolver um resumo sobre qual é a solução para os problemas que vamos encontrar a partir de 2019. A caminhada é longa e dolorosa, mas precisa ser feita”, refletiu.
Já o presidente do Cofecon agradeceu o empenho de todos os envolvidos na organização do evento e destacou as importantes discussões sobre conjuntura econômica que ocorrem durante o encontro. “Acredito que, neste SINCE, nossos debates serão capazes de produzir propostas para a reinserção soberana de nosso país no cenário internacional, onde temos sido alvo, em vários países, de vexatórias reprimendas públicas acerca do comportamento dos ocupantes de cargos em nossos poderes Judiciário, Executivo, Legislativo e nos Tribunais de Contas, os quais também vêm perdendo de forma crescente sua responsabilidade perante o povo”, destacou Wellington Leonardo da Silva. Clique AQUI para conferir o discurso na íntegra.
Juarez Trevisan abordou a pareceria do Cofecon com os sindicatos de economistas, o que, de acordo com sua visão, contribui para a sobrevivência dos mesmos após a aprovação da Reforma Trabalhista. “As entidades representativas que contavam com a contribuição sindical estão fadadas a desaparecer. Precisamos desenvolver outras formas de custeio, como cursos e convênios, para que os associados tenham vantagens e permaneçam”, declarou.
Por fim, o economista Francisco Lopes Fernandes Neto disse que cabe ao poder público fazer reflexões permanentes e, por isso, eventos como o Since são muito importantes. “Os economistas têm papel importante para nos alertar que muitas vezes não podemos ter as soluções imediatas, mas devemos sempre fazer perguntas corretas para tentarmos chegar ao que seja a solução ideal”, afirmou.
Após a abertura do evento, o economista Ladislau Dowbor apresentou uma palestra na qual abordou os principais temas tratados em seu livro “A era do capital improdutivo” – disponível gratuitamente AQUI. Um dos destaques de sua fala foi a questão da desigualdade social no mundo. “Produzimos US$ 80 trilhões de bens e serviços, dividido por 7.5 bilhões de habitantes, dá mais ou menos US$ 3,5 mil por mês para família de quatro pessoas. Dá para todo mundo viver de maneria digna e confortável, não precisa de igualdade comunista, mas uma certa decência. Hoje, 850 milhões de pessoas no mundo passam fome. Não é falta de alimento. Só de grãos se produz mais de um quilo por pessoa por dia”, disse.