Artigo – Economia brasileira: nova rota
Concluídas as eleições sem grandes novidades mas com alguns sinais de redirecionamento, o Brasil repousa e reflete, olhando para novos horizontes, em busca do sol nascente.
Mesmo diante das dúvidas, precisamos acreditar que o presidente eleito, independentemente de eventuais impaciências comportamentais e de pressões político-partridárias, saiba escolher uma equipe competente e honesta, com capacidade para retomar o ritmo do desenvolvimento eficaz. Não basta “crescimento”, mas, sim, “desenvolvimento”. Bem conceituado por Walter W. Rostow, “Desenvolvimento é um processo inédito e irreversível de mudança social, através do qual se instaura numa região um mecanismo endógeno de crescimento econômico cumulativo e diferenciado”.
Precisamos ter consciência das potencialidades do País, das necessidades e das responsabilidades com as gerações futuras. Não basta torrar riquezas naturais para acobertar repetidos erros e continuar na direção inadequada. Assim, além da capacidade técnica, é preciso exercer, com plenitude, a responsabilidade.
Corrupção zero é um ponto importante. O esforço para eliminar as distorções e recompor/reapropriar os elevados valores roubados, direta ou indiretamente, será uma postura esperada. Identificar e priorizar as ações para reequilibrar as contas públicas e racionalizar os gastos futuros é indispensável.
Racionalizados os gastos públicos e recuperados os elevados desvios das últimas décadas, será possível redirecionar adequadamente as finanças públicas e, no médio prazo, reduzir a carga tributária, contribuindo para o aumento do poder competitivo da Indústria brasileira, tendo como benefício também a geração de emprego e da renda familiar.
Todos sabemos que não são tarefas fáceis. Mas são desafios desejáveis e necessários. Precisamos confiar, acreditar, participar e, no caso de desobediências sistêmicas, cobrar com o alto poder das desejáveis “ Comunidades Cívicas”. O Brasil que queremos exigirá esforço e dedicação. Mas é desejável e possível.
Humberto Dalsasso é economista e consultor empresarial de Alta Gestão