A economia criativa

  • 29 de maio de 2023
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Artigo de opinião por Lauro Chaves Neto* publicado originalmente no jornal O Povo.

A complementariedade da economia e da criatividade, com pesquisas, aplicações e, sobretudo, com a sua apropriação pela sociedade, deu origem ao que hoje conhecemos como economia criativa.

É relevante lembrar que existe uma confusão terminológica, não só com as suas conceituações como também com as suas aplicações, de termos como economia criativa, cidades criativas, cidades inteligentes, indústrias criativas e economia da cultura.

Se a cultura é tudo que pode ser aprendido e partilhado por pessoas ou grupos com uma identidade, a economia estuda os processos de geração, acumulação, consumo e distribuição. A cultura gera renda, direta e indireta, contribui para o desenvolvimento sustentável de um território, gerando impactos tangíveis e intangíveis.

A bibliografia ensina que a cultura da economia aborda a influência dos hábitos e dos valores culturais de uma sociedade nas suas relações econômicas. Assim, a cultura tanto pode alavancar como criar resistências para um “modelo de desenvolvimento”. Já a economia da cultura aborda a utilização da lógica econômica na cultura, desde o planejamento, criação, distribuição e apropriação dos resultados.

Nesse ponto, vale salientar que a lógica econômica não é normativa, ela está disponível para ser utilizada pelos agentes em suas políticas públicas e privadas independente de julgamento de valor, etapa fundamental no processo de validação de cada um dos projetos.

A definição da UNESCO é que a economia da cultura engloba as atividades relacionadas “à criação, produção e comercialização de conteúdos que são intangíveis e culturais em sua natureza e que são protegidos pelo direito autoral, podendo tomar a forma de bens e serviços. São intensivos em trabalho e conhecimento, estimulam a criatividade e incentivam a inovação dos processos de produção e comercialização”.

O crescente desenvolvimento da inteligência artificial em todos os aspectos da vida pessoal, dos territórios e das organizações, fará com que a economia criativa cada vez mais seja valorizada como um elemento fundamental para a humanização e sustentabilidade do desenvolvimento.

*Conselheiro federal, Presidente da Academia Cearense de Economia, Professor da UECE e PHD em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional

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