Artigo – A economia familiar em tempos de crise

  • 30 de junho de 2016
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A Família não é uma “S/A” mas uma “ S/N”. Isto é: não é uma sociedade anônima mas uma sociedade nominal. Embora tenha semelhança com uma sociedade empresarial, a Família tem características próprias especiais e mais sensíveis.

Manter o equilíbrio econômico-financeiro não é tudo mas é fundamental para o sucesso da família, em padrões mais ou menos elevados. É sabido que o dinheiro não traz felicidade. Mas onde falta pão, sobra desunião.

“Empresa: É uma unidade sócio-técnica estruturada para combinar os fatores de produção – Natureza, Trabalho, Capital e Know-how – transformando os recursos em bens e serviços destinados à troca, com objetivo de ganho e ponderada responsabilidade social”. Família S/N: É uma unidade sócio-econômica estruturada para criar e desenvolver pessoas para     que se tornem cidadãos íntegros, criativos, dinâmicos, competentes e socialmente responsáveis , assim, se tornem agentes de construção de um futuro feliz”(**).

Nos tempos de crise o desafio do equilíbrio econômico-financeiro não é só empresarial mas, também, familiar, principalmente para aqueles que não puderam ou não souberam construir reservas para suprir as necessidades em tempos de crise.

Saber manter o equilíbrio é fundamental para evitar situações desconfortáveis dos tempos de crises econômico-financeiras  locais, regionais, micro ou macro-regionais, nacionais ou globais. Quando a crise é apenas local ou micro-regional é mais fácil de contornar, podendo a família mudar-se de uma para outra região próxima. Porém, quando é macro-regional, nacional ou mundial o desafio é muito maior. Aí, então, quem não construiu adequadas reservas poderá ter sacrifícios enormes, inclusive mudança de hábitos enraizados.

O entendimento familiar e a união dos membros é fundamental para contornar e superar os sacrifícios. Da mesma forma, a capacitação para a gestão dos recursos também é importante.

Isto não quer dizer apenas para grandes fortunas. O equilíbrio é necessário e importante em grande ou pequena escala econômico-financeira.

Uma medida genérica  é dominar ou compatibilizar o orçamento familiar. Uma ferramenta importante para o planejamento é construir uma planilha mensal, com dados diários dos gastos, investimentos e receitas. Os gastos devem ser organizados em grupos adequados e as anotações dos valores devem ser feitas.

Diariamente, com colunas que mostrem não só o total dos gastos diários como, também,  os acumulados para checar/comparar com as receitas do mês.

Esta planilha(FICOMP) é representada também por gráficos que facilitam a visualização da realidade financeira familiar.

Embora isto pareça chato e difícil, na realidade é simples,  útil e de boa visualização. Basta apenas ter interesse em manter o controle e o equilíbrio da gestão financeira familiar.  O que exige é o diálogo e a compreensão dos membros da família. Isto poderá reduzir/eliminar potenciais desentendimentos e, até, a indesejável desagregação.

Humberto Dalsasso – Economista, consultor empresarial de Alta Gestão

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