Aquino: “Nordeste precisa de um projeto de desenvolvimento inclusivo”

  • 30 de junho de 2023
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Na visão do conselheiro federal, ciência e produtividade são importantes, mas não se pode descuidar da geração de ocupações não precárias

O conselheiro federal Fernando de Aquino Fonseca Neto, coordenador da Comissão de Política Econômica do Cofecon, participou na última quarta-feira (28) da abertura do Seminário Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Caatinga. O evento, realizado em Campina Grande, busca evidenciar os desafios e potenciais da região, bem como mobilizar a sociedade civil para a necessidade de reconhecer o bioma como patrimônio nacional.

“Os economistas querem participar do debate sobre o desenvolvimento regional, inclusive de todos os biomas e regiões do Brasil. Não queremos discutir somente taxa Selic ou corte de gastos públicos”, afirmou Aquino. “Queremos participar de uma prioridade, que é o desenvolvimento inclusivo e sustentável”.

O economista lembrou que a região do semiárido é vista de forma negativa no restante do país, com pessoas migrando para São Paulo e Rio de Janeiro para não morrer de fome e que precisa de donativos para os flagelados da seca. “O cenário mudou e precisamos fazer algo que nossa mestra Tânia Bacelar já fazia muito bem, que é divulgar o Nordeste como uma terra de oportunidades. Temos muitas oportunidades de desenvolvimento aqui”, argumentou Aquino.

“Este seminário tem foco na inovação, conhecimento, incorporação, integração de universidades e centros de pesquisa, e isso é tudo de bom. Mas não podemos descuidar da geração de ocupações não precárias”, alertou o conselheiro. “Já evoluímos muito no Nordeste, mas ainda há muito a avançar. Se focarmos apenas em ciência, tecnologia e produtividade corremos o risco de nos tornarmos uma região como a Índia, com ilhas de excelência e miséria por todos os lados. É preciso uma abordagem integrada, um projeto de desenvolvimento e aumento da produtividade, mas que seja inclusivo e incorpore as pessoas que aqui vivem, para que consigamos distribuir qualidade de vida para todos”.

A fala do conselheiro pode ser assistida clicando AQUI. O seminário, ao longo de três dias de programação, abordou temas como políticas públicas, financiamento, mudanças climáticas, geodiversidade, inovação e novas territorialidades, cultura, alternativas para o desenvolvimento, alimentação e combate à pobreza.

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