Artigo de opinião: Getúlio Vargas – “saio da vida, para entrar na história”

  • 25 de agosto de 2023
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Artigo de opinião por Marcos Antonio Moreira Calheiros, presidente do Conselho Regional de Econonomia – AL

Uma das mais importante figuras da nossa história republicana, Getúlio Vargas, liderou em 1930, a revolução que pôs fim a chamada República velha.

Nasceu em 19 de abril de 1892, na cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul. A família Vargas era formada por estancieiros ricos e com forte influência política no Rio Grande do Sul.

Ao Assumir a Presidência da República, adotou uma política nacionalista. Em 1937, implantou a ditadura do Estado Novo, que se estendeu até 1945. No final de 1939, criou o departamento de imprensa e propaganda (DIP), cujo objetivo era a censura e o estímulo ao “culto” a sua personalidade.

Através do plano Cohen, Getúlio, por meio de alguns documentos, simulou uma revolução comunista, perseguindo marxistas e opositores radicais. Vargas adotou medidas econômicas nacionalistas, tais como: criação do Conselho Nacional de Petróleo, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), iniciando o Complexo Siderúrgico de Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, contribuindo fortemente no processo de industrialização no Brasil. Também foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP).

Nesse período e durante o conflito da Segunda Guerra Mundial, buscou estimular a indústria nacional no processo de substituição de importações.

Em agosto de 1942, o vapor Beapendi, com 306 pessoas a bordo mais os tripulantes, foi torpedeado por um submarino alemão, na costa sergipana, matando 270 passageiros e 55 tripulantes. Dias depois, seis embarcações comercias foram afundadas pelos U-boats alemães.

Com a pressão da população, em passeatas de protestos contra o Eixo, por todo o Brasil, o Presidente Vargas, declara guerra em 22 de agosto de 1942.

Em 1944, aproximadamente 25.000 militares da Força Expedicionária Brasileira, desembarcaram na Itália, se juntando as forças norte-americanas na luta contra o nazifascismo.

Passado o conflito mundial, o Governo Vargas conseguiu parte do financiamento para a siderúrgica de Volta Redonda.

Todavia, as pressões internas e externas pela redemocratização do país enfraqueceram Getúlio, que foi deposto pelas Forças Armadas. O Estado Novo tinha chegado ao fim. 5 anos após a sua derrubada, foi eleito com 48,7% dos votos, como Presidente da República, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Em 1952, é criado o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), visando estimular o desenvolvimento econômico e financeiro da região nordeste. Em 1953, foi criada a Petrobras, instituindo o monopólio estatal na exploração e refino de petróleo no Brasil.

Seu governo, de cunho estatizante, contraria interesses externos e de seguimentos da burguesia brasileira. O agravamento da situação política, se dá com o atentado contra o jornalista e político, Carlos Lacerda, empresário do Jornal Tribuna, na Rua Toneleiros, em Copacabana.

A pressão política, militar e de seguimentos empresariais, exigem seu afastamento. No dia 23 de agosto de 1954, depois de muitos protestos, Vargas recebeu um ultimato do Ministro da Guerra, exigindo imediatamente sua renúncia.

Getúlio, diante do cenário que se encontrava, redige sua Carta Testamento, de cunho político e se suicidou com um tiro no coração, no dia 24 de agosto. A morte do líder Getúlio Vargas, cria uma verdadeira comoção nacional, a cidade do Rio de Janeiro, a capital do país na época, paralisa totalmente diante da notícia. O Brasil perdeu o seu maior líder popular.

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