Artigo – Desemprego

  • 13 de junho de 2019
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A taxa de desemprego no Brasil está em aproximados 12,5 por cento, segundo PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua) de 2019, o que em números absolutos significam aproximadamente 13 milhões de pessoas sem trabalho.

Em uma conta simples e básica, dividindo-se o número de desempregados pelo número de estados da federação, incluso o Distrito Federal, encontramos o número 481481 pessoas desempregadas.

Óbvio é, que esse número é uma média relativamente pequena, porém, mesmo assim, é muita gente fora do mercado de trabalho por estado.

Mato Grosso está abaixo dessa média, com 165 mil pessoas desempregadas para uma PEA – População Economicamente Ativa – de 272100 milhões de pessoas para uma população residente no estado de Mato Grosso de 3442000 milhões, dados da PNAD Contínua 2019 e estimativas do IBGE 2018, respectivamente.

PEA significa o número de pessoas aptas e dispostas para o mercado de trabalho com preparo laboral, idade adulta e condições de mobilidade para o local de trabalho.

Disto posto, aqui começa nosso enrosco de sarã efetivo dessa situação-problema tanto para economia brasileira como para economia mato-grossense.

Contribuir neste debate, como economista, será nosso esforço em mais este retalho econômico.

Assim, desde o professor Arthur Cecil Pigou (1877-1959), economista clássico inglês, o desemprego era visto como voluntário em razão dos níveis de salários correntes ou nominais serem determinados pela demanda e oferta de mão-de-obra, numa sintonia econômica com a Lei dos Mercados de Say que apregoava que a oferta gera sua própria procura, portanto, o automatismo de mercado era o regulador de variáveis e situações econômicas de equilíbrio pela preservação do pleno emprego.

Infelizmente, esse regulacionismo automático de mercado entra em crise depressiva a partir de 1929, numa quebradeira generalizada de níveis de produção e firmas resultante do curto-circuito entre oferta-demanda (venda-compra).

O fio descascado que gerou toda essa destruição no circuito da economia mundial, foi o fato que os clássicos acreditavam que a moeda era neutra, isto é, sua função era facilitar, fundamentalmente, o ato de venda (oferta) e compra (demanda).

Outro economista inglês, John Maynardy Keynes (1883-1946), revoluciona as bases teóricas da economia clássica negando os conceitos de desemprego voluntário, Lei de Say e neutralidade da moeda.

Esses fundamentos clássicos e/ou neoclássicos cedem espaço para os conceitos de desemprego involuntário, princípio da demanda efetiva e não-neutralidade da moeda.

Desemprego involuntário porque o próprio ciclo econômico é gerador de flutuações no emprego que podem transformar em crise econômica recessiva ou depressiva, desde que, demanda efetiva e moeda não tenham condicionantes que proporcionem sua realização e sua velocidade de circulação adequadas ou em conformidade com o volume de investimentos e quantidade de moeda em circulação.

Portanto, enfrentar o grave nível de desemprego que assola nossa economia nacional e estadual requererá cautela e seletividade no gasto público reformador, numa ação por dentro e com o mercado, para assim, estimular e gerar expectativas positivas à retomada do investimento privado, gerador de emprego, renda e tributos.

Ernani Lúcio Pinto de Souza, 56, cuiabano, economista do NIEPE/FE/UFMT e ms. em planejamento do desenvolvimento pela ANPEC/NAEA/UFPA. Foi vice-presidente do CORECON-MT (elpsouza@ufmt.b)

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