Artigo: O timing das decisões de investimentos

  • 19 de outubro de 2021
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Grande parte da sociedade quando vai decidir sobre onde alocar as suas economias, geralmente, examina o histórico das diversas aplicações disponíveis nas instituições financeiras com as quais trabalha.

No entanto, em decisões de investimentos o importante é a expectativa sobre o futuro e a análise de cenários, enquanto que a rentabilidade passada é apenas uma das inúmeras variáveis a ser analisadas, o histórico de cada opção de investimento muitas vezes cria uma falsa expectativa sobre o comportamento futuro.

Não temos o número exato da rentabilidade do CDI, nesse ano, ou de outras aplicações que sejam atreladas ao comportamento da Selic, porém será bem maior que a obtida no ano passado.

Se for analisado o histórico do Ibovespa, o comportamento é ainda mais difuso, terminou o mês de setembro com baixa de -6,57% e acumula queda de -6,75% no ano, mas para o período dos últimos 12 meses teve valorização de 17,31%. Já o CDI, teve rentabilidade de 0,44% no mês, o que levou a um acumulado de 2,99% em 12 meses. O que vai surpreender será a análise mensal, que alterna períodos de fortes altas com os de baixas abruptas.

Em 2016, o CDI chegou a 14%, em 2017, 9,93%, tendo uma trajetória descendente até acumular 2,76% em 2020. O resultado foi o desapontamento de investidores habituados a elevados retornos financeiros em opções de renda fixa, sem a necessidade de assumir grandes riscos.

O ano de 2021 vai se aproximando do final, repleto de incertezas no front político nacional e na geopolítica internacional, ainda com impactos determinantes de toda a crise sanitária da pandemia.

Neste momento, pode-se olhar para o que passou e tomar uma das seguintes atitudes: ficar a lamentar-se, apenas reclamando da situação e culpando os outros pelas dificuldades, ou procurar ajustar o seu portfólio de aplicações financeiras, efetuando as correções necessárias, pois a vida é feita de escolhas! Caso a escolha tenha sido lamentar-se, boa sorte!

As suas decisões de investimentos devem sempre olhar para a frente, analisar os cenários e atentar para a regra básica de Finanças: a relação entre risco e retorno!

Lauro Chaves Neto é economista, Doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona e conselheiro federal. Artigo publicado originalmente no jornal O Povo.

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