Artigo – Dia da Mulher: é preciso aprofundar o debate

  • 7 de maio de 2017
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É uma unanimidade que a questão da mulher na sociedade avançou. Mas, estamos longe de um cenário ideal e equitativo entre homens e mulheres. Aqueles que ainda afirmam que não existem diferenças e desigualdades, que há trabalho de homem, comportamento de mulher, brincadeiras de meninos e meninas e tantos outros estereótipos binários, possuem um grande desafio: buscar informação para aprofundar o debate.

Os indicadores sociais e econômicos apontam diferenças e correlações que podem apoiar discussões. O que você faria se seu salário fosse 35% maior? Isso é quanto o homem ganhava a mais que a mulher no mercado de trabalho no 4º trimestre de 2016. Significa um acréscimo médio de cerca de R$ 500 à renda do trabalho das mulheres, caso elas atingissem o mesmo nível salarial dos homens.

A PNAD Contínua do 4º trimestre de 2016 mostra que, em praticamente todos os setores, homens recebem mais que mulheres no Espírito Santo mesmo quando ambos possuem o mesmo nível de escolaridade.

Homens e mulheres com fundamental incompleto: agricultura (homens recebem 60% a mais que mulheres), indústria (183%), construção civil (17%), comércio (12%), serviços (58%), administração pública (18%).

Homens e mulheres com ensino superior completo: indústria (homens recebem 68% a mais que mulheres), construção civil (153%), comércio (110%), serviços (47%), administração pública (56%). Apenas mulheres com ensino superior na agricultura capixaba esse cenário se inverte. Precisamos refletir sobre quais posições homens e mulheres ocupam no mercado de trabalho para entender melhor essas diferenças salariais.

Apenas com um indicador de mercado de trabalho temos um leque de discussões possíveis. Além dele, a questão das famílias, da escola, da representação, do trabalho doméstico, da violência são temas que precisam de atenção. As diferenças existem e precisamos aprofundar as pesquisas, buscando os por quês das diferenças observadas e, assim, traçar uma agenda em busca da igualdade.


Danielle Nascimento, Conselheira do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES).

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