Artigo – Economia brasileira: A raiz da primavera

  • 28 de setembro de 2016
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Quando se fala em primavera logo vem à mente as lindas e diversificadas flores que embelezam o panorama.  Então, por que a “Raiz da Primavera” e não “As Flores da Primavera”? É porque estamos falando do momento atual da economia brasileira. Mas, com os profundos e intragáveis problemas da atual economia brasileira, por que associar a economia à primavera?

Certa vez, ao visitar, com outro colega, uma linda fazenda no nordeste brasileiro, onde estavam cultivadas plantas frutíferas, irrigadas por canos instalados que jorravam gotas d`água alternadas – para o lado direito e para o lado esquerdo – automaticamente, mentalizei aquela alternância e iria perguntar ao proprietário por que alternar. Mas, antes que eu perguntasse, meu colega opinou ao dono da fazenda: “Tenho uma observação a fazer: aqui na região, em que a água não é abundante, é preciso economizar, e não fazer o gotejamento alternado”.

Enquanto eu iria perguntar “por que”, meu colega, considerando-se “o dono da verdade”, já julgou. O fazendeiro respondeu: “Doutor, se for gotejado para apenas um dos lados, as raízes crescerão só para aquele lado, a planta cairá e se destruirá, e não teremos frutas nem a beleza da primavera”.

Voltando ao tema, estamos na primavera e, embora a economia brasileira não esteja não esteja no panorama de flores mas na emergência de brutais e indesejáveis atos de corrupção generalizada, enraizadas (corrupção sistêmica), o momento é muito importante para o futuro. A roubalheira aflorou.

É vergonhoso e inaceitável que, enquanto faltam recursos para investimentos em saúde, educação, segurança, infraestrutura e outros, são bilhões e bilhões desviados por governantes e seus aliados (no executivo, no legislativo e outros) por corrupção.

Felizmente, ainda há exceções e bons exemplos de correção, cabendo destaque a postura do juiz Sérgio Moro, fazendo com que as subterrâneas raízes da corrupção estourem o solo, se tornem perceptíveis e merecedoras de severas punições.

Desta forma, a emergência dessas raízes, não só assustará os corruptos, levando-os a pensar mais antes de praticar novos atos, bem como levando-os a severas punições e restituição dos valores roubados.

Isto nos leva à esperança de que, a partir do próximo ano, tenhamos uma gestão pública mais eficaz e a condução da economia às belezas da primavera.  Além do papel das autoridades públicas, as instituições, organizações e as pessoas têm a incumbência de acompanhar, auxiliar/contribuir e agir para que o panorama se   torne realidade.

A racionalização das contas públicas é fundamental. Alguns itens como:
1)    Redução dos gastos e da dívida pública (é preciso reduzir o tamanho do governo e melhorar a eficácia. Não há razão para o tamanho da Câmara dos Deputados(531) e seus servidores. É possível reduzir em 40 ou 50% o número de deputados e suas equipes. Que cada deputado tenha uma pequena equipe e que se tenha uma equipe básica que atenda a todos os deputados. Ao reduzir a dívida pública e a corrupção, reduzem-se bastante os gastos.
2)    Com a redução dos gastos (desperdícios) poder-se-á melhorar a atenção à saúde, à educação, à segurança e aos investimentos em infraestrutura.

Humberto Dalsasso – Economista e Consultor Empresarial de Alta Gestão.

 

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