Em entrevista, Lacerda fala sobre economia brasileira: “merece, no mínimo, nota 7”

  • 15 de outubro de 2024
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O conselheiro federal Antonio Corrêa de Lacerda concedeu uma revista abordando o controle da inflação no Brasil. Ele abordou o momento econômico vivido pelo Brasil e destacou o crescimento de 3% ao ano, a inflação controlada, o desemprego em baixa e a elevação de renda como sinais de recuperação e estabilidade. Mas também mencionou o impacto negativo de uma política monetária conservadora e realçou a necessidade de avançar numa reforma tributária que reduza as desigualdades. O texto foi publicado no portal da revista Isto É Dinheiro pode ser lido clicando AQUI.

Perguntado sobre uma avaliação da economia brasileira, numa escala de zero a dez, ele afirmou que o conjunto da obra merece, pelo menos, nota 7. “A economia cresce em ritmo de 3% ao ano, a inflação tem se mantido dentro dos limites da meta, o desemprego em nível recorde de baixa e a renda em elevação”, observa. Ele também mencionou avanços nos programas sociais, no salário mínimo, no ambiente regulatório e institucional e na retomada do papel do Estado.

“Nosso mercado interno, o oitavo PIB mundial e uma das maiores populações são ativos importantes. Somos também exportadores no complexo agromineral, pecuário, petrolífero e de alimentos. Excelentes bases para a maior agregação de valor na indústria e em serviços sofisticados, assim como nichos industriais bem-sucedidos. O Brasi, sabidamente, é uma potência energética, tanto a fóssil quanto a renovável”, observou o conselheiro federal Antonio Corrêa de Lacerda.

O momento tem seus desafios – e, para Lacerda, o maior deles é manter o crescimento da economia com estabilidade inflacionária e fiscal, em conjunto com os programas estruturantes. Mas o país também tem oportunidades: “Nosso mercado interno, o oitavo PIB mundial e uma das maiores populações são ativos importantes. Somos também exportadores no complexo agromineral, pecuário, petrolífero e de alimentos. Excelentes bases para a maior agregação de valor na indústria e em serviços sofisticados, assim como nichos industriais bem-sucedidos. O Brasi, sabidamente, é uma potência energética, tanto a fóssil quanto a renovável”.

Ao falar especificamente sobre a atuação do Banco Central, afirmou que os progressos no controle da inflação cobram um custo econômico e social muito alto devido ao conservadorismo na política monetária. “Me pareceu também uma atuação excessivamente pautada pelo mercado financeiro. Ouvir o mercado é bom, mas a produção, o comércio, os serviços, assim como os empresários, empreendedores, trabalhadores e consumidores, também são mercado”, respondeu, em referência à gestão de Campos Neto. Sobre o futuro presidente da autarquia (que foi seu aluno e posteriormente colega professor na PUC/SP), avaliou que Galípolo “poderá fazer uso da sua formação sólida e eclética no campo da ciência econômica (…) para avançar nas melhores práticas de política monetária, não apenas no que se refere à definição da taxa básica de juros, mas de regulação e aperfeiçoamento do mercado privado de crédito e financiamento”.

O novo arcabouço fiscal também foi abordado em uma pergunta. Lacerda apontou que foi um avanço em relação ao marco institucional anterior, o Teto de Gastos (Emenda 95), e que abre espaço para mais investimentos, o que não quer dizer que não possa ser aperfeiçoado. Para chegar ao déficit zero, entretanto, Lacerda vê o ajuste pela receita: “Será fundamental avançar na próxima fase da reforma tributária sobre impostos diretos, especialmente o Imposto de Renda, que é regressivo para os super ricos, e ainda rever os gastos tributários (desonerações e incentivos) que superam R$ 700 bilhões ao ano, alguns sem o menor retorno econômico-social para o coletivo”.

Lacerda também mencionou como “virtuosa” a retomada do papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e classificou de “excelente” o trabalho feito pelo ministro Fernando Haddad e sua equipe. Vê também um “claro desbalanço” entre as obrigações do Poder Executivo e o apetite do Congresso por mais recursos. Também afirmou que os conflitos internacionais e a crise climática reforçam a necessidade de uma reindustrialização sustentável no Brasil.

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