Artigo – Febeapá

  • 12 de janeiro de 2017
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Parece que o Brasil, neste início de 2017, resolveu homenagear o grande jornalista e cronista Sergio Porto, mais conhecido pelo pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, que completaria 94 anos em 11 de janeiro, caso não falecesse precocemente em 1968. Criador do Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País), Porto teria neste início de ano vasto material para suas ácidas e divertidas crônicas.

A começar pelo festival de besteiras ditas por autoridades públicas, na sequência das chacinas de mais de 100 presos nas penitenciárias de Manaus e Boa Vista. Iniciando por Temer, que caracterizou a chacina como acidente, e passando pelas desculpas esfarrapadas formuladas pelos governadores do Amazonas e de Roraima e a afirmação do Ministro da Justiça de que a situação não havia saído de controle. Talvez quisesse dizer que não saíra do controle do PCC e do CV.

Mas foi o jovem Bruno Júlio, Secretário Nacional da Juventude de Temer, filho do deputado estadual Cabo Júlio (PMDB/MG), que se encarregou de proferir a besteira mor, afirmando que “tinha que haver uma chacina por semana”. Nomeado pelo ex-ministro Geddel (está explicado), o jovem e tolo secretário expressou o pensamento de milhares de idiotas que diariamente inundam as redes sociais com frases similares, desconhecendo que cerca de 70% dos 700 mil presos não passam de “ladrões de galinha” e que perto de 40% não foram julgados ou já cumpriram a pena e continuam presos por falhas de um sistema judiciário que se lixa para os pobres.

Sergio Porto também se deliciaria com a “operação tabajara” do Caixa 2 da campanha do chanceler José Serra em 2010, na qual a Odebrecht doou R$ 23 milhões, mas o dinheiro foi “adiantado” pelo ex-deputado federal tucano Ronaldo Cesar Coelho e este recebeu da empreiteira em uma conta na Suíça. Não parou por aí: Coelho “regularizou a propina” aderindo ao programa de repatriação de ativos no exterior (optando por manter o dinheiro fora do País). Que falta faz Stanislaw Ponte Preta!


(*) Júlio Miragaya, presidente do Conselho Federal de Economia.

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