Fórum da Mulher Economista discutiu propostas aos presidenciáveis

O Fórum da Mulher Economista reuniu-se no último dia do XXVI Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia, 21 de setembro. O grupo, coordenado pela vice-presidente do Conselho Federal de Economia, Bianca Lopes de Andrade Rodrigues, discutiu “A mulher economista e suas propostas aos presidenciáveis”. O evento é realizado na cidade de Porto Velho, em Rondônia.

Também participaram como debatedoras as economistas Flávia Vinhaes, do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon-RJ); Cristiane David, do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP); Mônica Beraldo, do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF); Maria Celeste Pupa, do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES); e Maria de Fátima Miranda, do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR). O presidente do Conselho Federal de Economia, Wellington Leonardo da Silva, prestigiou o evento.

Na abertura do Fórum, a vice-presidente do Cofecon afirmou que o Grupo de Trabalho Mulher Economista foi criado em 2016, em plenária, e desde então foi iniciada uma mobilização para conhecer as economistas dos estados bem como a criação de núcleos regionais. “Fico muito feliz que, em 2018, o GT já está presente em todos os estados, desenvolvendo ações importantes. O Paraná, por exemplo, promove atividades constantemente para reunir mulheres economistas em palestras e cursos, além de debater temas voltados aos nossos interesses”, informou a economista. Bianca Rodrigues destacou, ainda, a parceria firmada recentemente com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) para pesquisar o perfil da mulher economista. “Queremos saber quem são, de que forma atuam no mercado de trabalho e contribuem para a ciência econômica”, relatou.

Maria de Fátima Miranda, do Paraná, apresentou dados referentes às profissionais registradas no Paraná, cerca de 30% do total, segundo a economista. Segundo Maria de Fátima, o próximo presidente da República deveria focar em educação. “O tema pode parecer batido, mas precisamos ter uma atitude em relação ao assunto e exigir mudanças. Para isso, precisamos participar ativamente do processo social. Temos que fortalecer pequenas comunidades do Brasil e a forma mais eficaz é a educação”, destacou.

Flávia Vinhaes, do Rio de Janeiro, abordou a questão feminina no mercado de trabalho. “Entre 2003 e 2014, as mulheres experimentaram uma diminuição na diferença entre salários em comparação aos homens. Vimos também a queda da pobreza e da desigualdade social nesse período, e essas questões afetam particularmente as mulheres porque estão mais concentradas entre as crianças e as mulheres que são chefe de domicílio e têm filhos. Espero que o próximo presidente esteja atento a essas questões sociais”, disse.

Maria Celeste, do Espírito Santo, revelou que cerca de 32% dos economistas registrados em seu estado são mulheres. “Constatamos que o desenvolvimento, o avanço da mulher no mercado de trabalho nos últimos anos, não trouxe mais mulheres economistas. A proporção entre homens e mulheres não tem sido muito alterada em nosso conselho ao longo dos anos. Preciso discutir mais sobre esse assunto para entender por que isso acontece. Vale destacar que, em sala de aula, também não há predominância de mulheres”, ressaltou. Em relação às propostas aos presidenciáveis, afirmou que gostariam que estivessem atentos a questões relativas a desigualdade regional.

Mônica Beraldo, do Distrito Federal, elogiou a iniciativa do Fórum e informou que o assunto começou a ser discutido na gestão do ex-presidente e conselheiro federal Waldir Pereira Gomes. “Nós queremos respeito e incentivo para conquistarmos os espaços”, disse. Em relação ao futuro presidente, afirmou que gostaria que os próximos governos saibam o que é orçamento e planejamento de orçamento, pois muitos erraram por não conhecerem o assunto muito bem. Além disso, é importante dar maior atenção às questões sociais do Brasil”, argumentou. Mônica mencionou, inclusive, a Campanha pela Redução da Desigualdade Social no Brasil, coordenada pelo Cofecon e que conta com a participação de entidades que representam variados segmentos da sociedade.

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