Inflação foi de 0,51% em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro teve variação de 0,51%, enquanto, em outubro, havia registrado 0,10%. Este foi o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%. O acumulado do ano foi para 3,12% e o dos últimos doze meses, para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2018, a taxa fora de -0,21%.
Período | TAXA |
---|---|
Novembro de 2019 | 0,51% |
Outubro de 2019 | 0,10% |
Novembro de 2018 | -0,21% |
Acumulado no ano | 3,12% |
Acumulado nos 12 meses | 3,27% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro, com destaque para Despesas pessoais (1,24%), que apresentou a maior variação no índice do mês, e Alimentação e bebidas (0,72%), cuja contribuição de 0,18 ponto percentual (p.p.) foi a maior entre os grupos do IPCA.
Também merece destaque o grupo Habitação, que passou de uma deflação de 0,61% em outubro para alta de 0,71% em novembro, com impacto de 0,11 p.p. Juntos, os três grupos corresponderam a cerca de 82% do IPCA de novembro.
No lado das quedas, destacam-se os Artigos de residência, com variação de -0,36% e contribuição de -0,01 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,02% em Comunicação e a alta de 0,35% em Vestuário, conforme mostra a tabela a seguir.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Outubro | Novembro | Outubro | Novembro | |
Índice Geral | 0,10 | 0,51 | 0,10 | 0,51 |
Alimentação e Bebidas | 0,05 | 0,72 | 0,01 | 0,18 |
Habitação | -0,61 | 0,71 | -0,10 | 0,11 |
Artigos de Residência | -0,09 | -0,36 | 0,00 | -0,01 |
Vestuário | 0,63 | 0,35 | 0,04 | 0,02 |
Transportes | 0,45 | 0,30 | 0,08 | 0,05 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,40 | 0,21 | 0,05 | 0,03 |
Despesas Pessoais | 0,20 | 1,24 | 0,02 | 0,13 |
Educação | 0,03 | 0,08 | 0,00 | 0,00 |
Comunicação | -0,01 | -0,02 | 0,00 | 0,00 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
A aceleração no grupo Alimentação e bebidas (0,72%) deveu-se, principalmente, à alta das carnes (8,09%), que exerceu o maior impacto individual (0,22 p.p) no IPCA de novembro. Com isso, a alimentação no domicílio, que havia registrado deflação (-0,03%) em outubro, subiu 1,01% em novembro. No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-14,27%) e o tomate (-12,71%), ambos com contribuição de -0,03 p.p. no índice do mês. A cebola (-12,48%) também recuou, embora menos intensamente do que em outubro (-20,84%).
Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,21% (frente à alta de 0,19% no mês anterior), influenciada pelo item lanche, que passou de 0,32% em outubro para 0,56% em novembro e contribuiu com 0,01 p.p. no índice do mês.
O resultado do grupo Habitação (0,71%) é explicado pela alta da energia elétrica (2,15%), decorrente, em grande medida, da mudança de bandeira tarifária de outubro para novembro. Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, com acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em novembro, passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, cujo valor foi reajustado de R$ 4,00 para R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora.
Ainda assim, ocorreram reduções tarifárias em quatro das dezesseis regiões pesquisadas. Em Porto Alegre (1,55%), houve redução de 6,00% em uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 22 de novembro. Em São Paulo (3,34%), a redução média foi de 5,30% nas tarifas residenciais de uma das concessionárias pesquisadas, com vigência a partir de 23 de outubro. Em Brasília (-0,34%) e Goiânia (0,62%), houve reduções de 6,91% e 5,08%, respectivamente, ambas a partir de 22 de outubro.
Ainda em Habitação, o resultado do item taxa de água e esgoto (0,24%) é decorrente dos reajustes de 3,43% em Curitiba (1,95%), vigente desde 11 de novembro, e de 4,87% no Rio de Janeiro (0,45%), em vigor desde 1º de outubro. Já a deflação observada no item gás encanado (-0,26%) é consequência da redução de 0,60% nas tarifas praticadas no Rio de Janeiro (-0,53%), válidas desde o dia 1º de novembro. No que diz respeito ao gás de botijão (0,87%), vale ressaltar que a Petrobras anunciou um reajuste de 4,00% no preço do botijão de 13 kg, nas refinarias, a partir do dia 27 de novembro.
Em Transportes (0,30%), os preços dos combustíveis (0,78%) desaceleraram em relação ao mês anterior (1,38%), especialmente por conta da gasolina, que variou 0,42% em novembro (frente à alta de 1,28% registrada em outubro). As regiões pesquisadas apresentaram variações que foram desde a queda de 5,00% em Fortaleza até a alta de 5,91% em São Luís. Por outro lado, os preços do etanol subiram 2,46%, contribuindo com 0,02 p.p. no índice do mês.
Ainda em Transportes, destaca-se a alta nos preços das passagens aéreas (4,35%) pelo segundo mês consecutivo (a alta em outubro foi de 1,93%).
No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,21%), a desaceleração em relação ao resultado de outubro (0,40%) deu-se em função da variação negativa observada nos itens de higiene pessoal (-0,12%), que haviam apresentado alta de 0,94% no mês anterior. Os preços dos produtos farmacêuticos, por sua vez, ficaram estáveis (0,00%) e o plano de saúde (0,59%) apresentou a mesma variação do mês de outubro, contribuindo com 0,03 p.p. no índice do mês.
O grupo Despesas pessoais (1,24%) apresentou a maior variação e o segundo maior impacto (0,13 p.p.) no IPCA de novembro, influenciado pela alta no item jogos de azar (24,35%), dados os reajustes nos preços das apostas, com vigência a partir de 10 de novembro.
A maior variação regional ficou com o município de São Luís (1,05%), por conta das altas da gasolina (5,91%) e das carnes (6,82%). A região metropolitana do Recife e o município de Aracaju registraram o menor índice (0,14%): no primeiro caso, em função da queda nos preços de alguns itens alimentícios, como a cebola (-21,50%), a batata-inglesa (-19,89%) e as frutas (-3,02%); no segundo, além da queda da cebola (-20,41%), houve também redução nos preços do gás de botijão (-3,31%), com impacto de -0,05 p.p. no resultado da área.
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Outubro | Novembro | Ano | 12 meses | ||
São Luís | 1,87 | -0,37 | 1,05 | 2,76 | 3,02 |
Belém | 4,23 | 0,22 | 0,93 | 3,67 | 4,17 |
Rio Branco | 0,42 | -0,14 | 0,72 | 3,20 | 3,86 |
São Paulo | 30,67 | 0,14 | 0,70 | 3,63 | 3,66 |
Goiânia | 3,59 | 0,07 | 0,70 | 2,92 | 2,89 |
Campo Grande | 1,51 | 0,31 | 0,65 | 3,29 | 3,35 |
Curitiba | 7,79 | -0,12 | 0,61 | 2,61 | 2,43 |
Porto Alegre | 8,40 | -0,01 | 0,47 | 2,90 | 3,17 |
Belo Horizonte | 10,86 | 0,17 | 0,46 | 3,13 | 3,13 |
Vitória | 1,78 | 0,29 | 0,39 | 2,42 | 2,41 |
Brasília | 2,80 | -0,08 | 0,38 | 2,10 | 2,43 |
Salvador | 6,12 | 0,08 | 0,23 | 2,64 | 3,22 |
Fortaleza | 2,91 | 0,04 | 0,22 | 3,68 | 3,75 |
Rio de Janeiro | 12,06 | 0,27 | 0,17 | 2,82 | 3,23 |
Recife | 4,20 | -0,07 | 0,14 | 2,72 | 2,91 |
Aracaju | 0,79 | 0,04 | 0,14 | 2,99 | 3,69 |
Brasil | 100,00 | 0,10 | 0,51 | 3,12 | 3,27 |
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de outubro a 27 de novembro de 2019 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de setembro a 28 de outubro de 2019 (base).
INPC de novembro foi de 0,54%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de novembro foi de 0,54%, enquanto, em outubro, havia registrado 0,04%. Este resultado é o maior para um mês de novembro desde 2015. A variação acumulada no ano ficou em 3,22% e, no acumulado dos últimos doze meses, o índice acelerou para 3,37%, acima dos 2,55% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2018, a taxa foi de -0,25%.
Os produtos alimentícios tiveram alta de 0,78% em novembro enquanto, no mês anterior, registraram 0,02%. O agrupamento dos não alimentícios, por sua vez, apresentou variação de 0,44%, enquanto, em outubro, havia registrado 0,05%.
No que diz respeito aos índices regionais, conforme mostra a tabela a seguir, o município de São Luís (1,05%) apresentou a maior variação, principalmente em função da alta observada nos preços das carnes (6,66%).
Já o menor índice (0,09%) foi registrado em duas regiões metropolitanas, em ambos os casos por conta de itens alimentícios: no Rio de Janeiro, houve quedas expressivas nos preços da batata-inglesa (-23,36%) e do tomate (-30,50%); no Recife, o destaque ficou com a queda nos preços da batata-inglesa (-19,89%), da cebola (-21,50%) e das frutas (-2,82%).
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Outubro | Novembro | Ano | 12 meses | ||
São Luís | 3,11 | -0,40 | 1,05 | 2,59 | 2,94 |
Belém | 6,44 | 0,30 | 0,96 | 3,79 | 4,25 |
Goiânia | 4,15 | -0,02 | 0,84 | 3,22 | 3,12 |
São Paulo | 24,24 | 0,12 | 0,83 | 3,83 | 3,84 |
Rio Branco | 0,59 | -0,18 | 0,78 | 3,11 | 3,68 |
Campo Grande | 1,64 | 0,27 | 0,72 | 3,33 | 3,43 |
Curitiba | 7,29 | -0,21 | 0,64 | 2,77 | 2,44 |
Belo Horizonte | 10,60 | 0,07 | 0,42 | 3,33 | 3,36 |
Brasília | 1,88 | -0,28 | 0,41 | 2,13 | 2,17 |
Porto Alegre | 7,38 | -0,11 | 0,41 | 2,94 | 3,15 |
Vitória | 1,83 | 0,31 | 0,37 | 2,95 | 2,67 |
Fortaleza | 5,42 | -0,03 | 0,34 | 3,63 | 3,77 |
Salvador | 8,75 | 0,10 | 0,21 | 2,58 | 3,23 |
Aracaju | 1,29 | -0,03 | 0,17 | 3,02 | 3,88 |
Recife | 5,88 | -0,11 | 0,09 | 2,59 | 2,88 |
Rio de Janeiro | 9,51 | 0,20 | 0,09 | 2,89 | 3,02 |
Brasil | 100,00 | 0,04 | 0,54 | 3,22 | 3,37 |
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de outubro a 27 de novembro de 2019 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de setembro a 28 de outubro de 2019 (base).
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Fonte: IBGE.