Lacerda realiza palestra no XVII Encontro de Economia Baiana

  • 12 de novembro de 2021
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O presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda, realizou uma palestra na tarde desta quinta-feira (11) durante o XVII Encontro de Economia Baiana. O evento tem como tema “Economia e Pandemia: Desafios e Estratégias de Recuperação”.

Lacerda iniciou sua fala caracterizando a crise do setor industrial – o nível de produção em 2019 era semelhante ao de 2008. O consumo quase dobrou – o que leva à conclusão de que foi abastecido pelas importações. A seguir, apresentou um gráfico de tarifas de importações – que, já há quase três décadas rondam a casa dos 11%. “É comum ouvirmos que a economia brasileira é fechada quando tomamos as importações e exportações como percentual do PIB. Mas isso é bastante enganoso. Se tomarmos os Estados Unidos, que ninguém ousaria chamar de economia fechada, tem indicadores muito próximos dos nossos. A indústria brasileira é fortemente aberta”, comentou.

Na sequência, o presidente do Cofecon apresentou gráficos que mostram a desindustrialização da economia e o crescimento de produtos primários na pauta exportadora do Brasil. “Não há uma melhora qualitativa nas nossas exportações”, pontuou Lacerda. Ao caracterizar o teto de gastos, falou dele como um limitador para os investimentos no Brasil e que seu rompimento em 2021 ou 2022, longe de ser uma solução, é apenas uma medida de caráter eleitoral. “O teto de gastos, que na verdade é um teto de investimentos, fez com que o investimento caísse para menos da metade. Nem do ponto de vista privado nem do ponto de vista público temos uma reação para esse quadro”, afirmou.

A seguir apontou restrições conjunturais para o crescimento, como a crise política, a pandemia, a incerteza e piora das expectativas e mesmo os elementos do quadro internacional que jogam contra o Brasil. “Uma certeza é que nenhum país consegue superar todos estes problemas sem enfrentá-los de uma forma muito significativa. Temos como prevalência na atual gestão uma fé exagerada nas forças de mercado”, criticou. “Poderíamos ter respostas muito mais efetivas aproveitando a boa teoria econômica e as melhores práticas internacionais. É preciso restabelecer a função do Estado”.

O XVII Encontro de Economia Baiana tem a duração de dois dias e terminará nesta sexta-feira (12). A organização é da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), do programa de pós-graduação em Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), com apoio do Corecon-BA.

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