Nobel de Economia premia combate à pobreza global
Os economistas Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michaek Kremer foram anunciados nesta segunda-feira (14) pela Real Academia Sueca de Ciências como ganhadores do prêmio Nobel de Economia de 2019. A escolha se deu por sua abordagem experimental para aliviar a pobreza global. Os três dividirão o prêmio de nove milhões de coroas suecas (aproximadamente 3,77 milhões de reais).
“A pesquisa realizada pelos laureados deste ano melhorou consideravelmente nossa capacidade de combater a pobreza global. Em apenas duas décadas, sua nova abordagem baseada em experimentos transformou a economia do desenvolvimento”, informou a Academia em comunicado divulgado à imprensa. “Uma das questões mais urgentes da humanidade é a redução da pobreza global, em todas as suas formas. Mais de 700 milhões de pessoas ainda vivem com rendimentos extremamente baixos. Todos os anos, cerca de cinco milhões de crianças com menos de cinco anos ainda morrem de doenças que muitas vezes poderiam ter sido prevenidas ou curadas com tratamentos baratas”.
A abordagem dos ganhadores consiste, resumidamente, em dividir o problema em perguntas menores e mais fáceis de administrar. Na década de 1990, Michael Kremer e seus colegas usaram experimentos de campo para testar uma série de intervenções que poderiam melhorar os resultados das escolas no oeste do Quênia.
Abhijit Banerjee e Esther Duflo, muitas vezes em parceria com Kremer, realizaram estudos semelhantes de outras questões e em outros países. Os métodos de pesquisa experimental por eles desenvolvidos tornaram-se consagrados no campo da economia do desenvolvimento.
Os laureados
Abhijit Banerjee nasceu em 1961 em Mumbai, Índia. É PhD pela Universidade de Harvard (1988), em Cambridge, Estados Unidos. É professor de economia no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Cambridge, Estados Unidos.
Esther Duflo nasceu em 1972 em Paris, França. É PhD pelo MIT (1999) em Cambridge, Estados Unidos. É professora de Alívio da Pobreza e Economia do Desenvolvimento no MIT, em Cambridge, Estados Unidos. Ela torna-se a ganhadora mais jovem do Nobel de Economia, além de ser a segunda mulher a obtê-lo.
Michael Kremer nasceu em 1964. É PhD pela Universidade de Harvard (1992), em Cambridge, Estados Unidos. É professor da Universidade de Harvard na área de Sociedades em Desenvolvimento.
O Nobel de Economia
O Prêmio Nobel foi criado em 27 de novembro de 1895, notestamento de Alfred Nobel, cientista sueco que ficou muito rico com a invenção da dinamite. As áreas premiadas eram: Física, Química, Medicina ou Fisiologia, Literaturae Paz. Os prêmios começaram a ser entregues em 1901.
Em respeito ao testamento de Nobel, nenhuma outra áreade atuação foi acrescentada às premiações. A exceção coube à Economia. Isso porque, em 1968, o Banco Cen-tral da Suécia, comemorando seu tricentenário, instituiuo “Prêmio do Banco Central Sueco de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel”, patrocinado pelo próprio banco. Por esta diferença, ele não leva o nome de “Prêmio Nobel” em sua nomenclatura oficial. Sua divulgação se dá imediatamente após a “semana Nobel”, em que são anunciados os ganhadores das outras áreas.
O primeiro Nobel de Economia foi entregue em 1969 para o norueguês Ragnar Frisch e para o holandês Jan Tinbergen. A maioria dos laureados com o Nobel de Economia (a Fundação Nobel evita o uso da palavra “ganhadores”) são norte-americanos – alguns deles naturalizados. O premiado mais velho foi o economista Leonid Hurwicz (russo naturalizado americano), aos 90 anos, em 2007. A francesa Esther Duflo tornou-se a mais jovem ganhadora, aos 46 anos.