Artigo – O trabalho

  • 4 de maio de 2017
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Nos últimos dias os trabalhadores brasileiros demonstraram aos “donos do País” a relevância do fator trabalho. A greve geral em 28 de abril, com a paralisação de cerca de 40 milhões de trabalhadoras e trabalhadores, e as manifestações de centenas de milhares no 1º de maio evidenciaram a força da classe trabalhadora, o verdadeiro setor produtivo de nossa sociedade, aqueles que efetivamente geram riqueza.

O recado passado por esta imensa massa é a total rejeição às reformas Previdenciária e Trabalhista e o imediato fim do (des) governo Temer, o mais impopular e corrupto de nossa história, que respondeu com declarações desastradas, seja a do Ministro da Justiça – aquele que trata o fiscal corrupto do Ministério da Agricultura como “grande chefe” – e do próprio Temer.

Ambas, contudo, foram obscurecidas pelas declarações do “prefeito mauricinho” de São Paulo – que enriqueceu pela exploração do trabalho alheio –, acusando de vagabundos os trabalhadores que fizeram greve, e do despreparado administrador de Pinheiros: “Sou a favor do direito de greve, mas não em dia de trabalho” (sic).

Em todo o mundo, e no Brasil não é diferente, a classe capitalista se empenha em destruir os sindicatos, principal instrumento de organização da classe trabalhadora, para promover a exploração do trabalho com menor resistência. Aqui, os trabalhadores deram a resposta ampliando a filiação aos sindicatos, que passou de 16,5 milhões em 2014 para 18,4 milhões em 2015, quase 2 milhões a mais, segundo o suplemento da PNAD (IBGE) intitulado “Aspectos das relações de trabalho e sindicalização”.

A greve geral teve ampla participação dos trabalhadores assalariados, do setor público e do privado, e o apoio e a simpatia dos estudantes, autônomos, aposentados e donas de casa, todos prejudicados pela política de retirada de direitos do governo.


Júlio Miragaya é presidente do Conselho Federal de Economia.

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