Palestra Central do Simpósio debateu os Desafios da Economia Brasileira
Previdência, reforma, aposentadoria, idade mínima, crise, soluções. Foi com base nesses e em outros temas que teve início o XXV Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia, realizado pelo Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte – CORECON/RN em parceria com o Conselho Federal de Economia – COFECON. Desde a noite de quarta-feira (31), Natal mudou seu cenário e se transformou na capital brasileira dos economistas e segue assim até o dia 3 de setembro.
Após a abertura que contou com a presença de representantes nacionais, estaduais e locais, ocorrida no Praiamar Natal Hotel, foi dada a largada para questionamentos, saídas e expectativas econômicas com o início da Palestra Central, “Desafios da Economia Brasileira: Previdência e Assistência Social como Instrumento para a redução da desigualdade no Brasil”.
Como palestrante, o técnico de Planejamento e Pesquisa no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); como mediador, o presidente do COFECON, Júlio Miragaya e os debatedores Roberto Piscitelli, conselheiro do CORECON-DF e Rogério Costanzi, Especialista em Políticas Públicas e Gestão do IPEA.
Com uma situação econômica complicada, que reflete ativamente no orçamento previdenciário, desde os anos 80, os economistas de todo o País buscam formas e soluções para auxiliar na mudança e melhoria deste cenário atual. “O nosso grande problema é a crise econômica e que naturalmente aperta a nossa previdência”, explica Milko Matijascic.
Esse ‘‘aperto’’ previdenciário se dá pelo desequilíbrio notório que é a desigualdade de beneficiários em relação a classe contribuinte da população brasileira. No Brasil, atualmente, apenas 31,4% contribuem sobre uma população de 15 a 65 anos. “A previdência garante uma boa condição de vida no futuro, quanto mais se contribui mais se ganha e isso não vem acontecendo, pois temos uma população beneficiária, seja por aposentadoria, pensão ou afins, superior a ativamente contribuinte”, complementou Milko Matijascic.
Outro detalhe relevante destacado durante a palestra foi a carência de assistências sociais quando falamos de um País com uma expectativa de vida alta. De acordo com o IBGE, a média de vida de um cidadão brasileiro é de 72,7 anos, que apesar do aumento nos índices do indicador social, permite o surgimento de uma grande preocupação quanto a sustentação previdenciária.
Para Roberto Piscitelli, conselheiro do Corecon-DF, o país entra na contradição quando se posiciona como o que mais reduziu os índices de pobreza, no entanto, hoje é um dos mais afetados pela crise econômica e política. No Brasil, a despesa com a Previdência Social encontra-se no patamar de 12% do PIB, que representa, assustadoramente, mais da metade da despesa primária da união.
Para garantir o equilíbrio entre adequação e sustentabilidade fiscal a médio e longo prazo, alguns detalhes têm que ser levados em consideração. “Com adoções e implementações de políticas públicas na área da assistência social e da formalização das relações de trabalho e de combate à perda prematura da capacidade de trabalho seria possível elevar a relação entre benefícios e contribuição e assim modificar a conjuntura que afeta negativamente o cenário atual”, finalizou Rogério Costanzi.