Pandemia e disseminação ESG

  • 8 de março de 2022
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A crise sanitária, desde o início da Pandemia de COVID-19, teve como um dos seus impactos uma maior velocidade na disseminação da Cultura ESG nas organizações públicas e privadas. A pandemia de Covid-19 fez o mundo vivenciar um dos conceitos mais básicos da sustentabilidade, ao perceber a sociedade de uma maneira integrada onde o que acontece em qualquer lugar tem algum tipo de impacto nas vidas e nos negócios.

Sigla importada do inglês, a cultura ESG defende a adoção de melhores práticas ambientais, sociais e de governança como estratégia tanto para gerar impactos positivos para a sociedade, como para agregar valor às organizações. As companhias mundiais mais relevantes na administração de patrimônio caminharam nessa direção, sendo a gigante Black Rock uma das precursoras, inclusive com políticas institucionais de desinvestimentos em organizações sem nenhum compromisso com as práticas ESG.

O que antes, para muitos, parecia ser “apenas mais um modismo” hoje se mostra como uma mudança de valores e de paradigmas, uma profunda expansão do escopo do conceito de sustentabilidade.

Esse movimento passou a convencer líderes corporativos que talvez normalmente não se sensibilizariam com aspectos de governança, ambientais e sociais. Sempre sendo importante reforçar a profunda conexão do ESG com os princípios ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) previstos na agenda da ONU e com o sistema B e a necessidade do propósito como norte para as organizações.

O avanço da cultura ESG tem sido mais forte no G (Governança) e no E (Sustentabilidade). O S (Social) ainda recebe menos atenção! Esta realidade vem se transformando com novas ações vinculadas ao social (S) sendo progressivamente incorporadas ao mundo corporativo.

A cada dia fica mais claro que a adesão às melhores práticas sociais, ambientais e de governança, faz com que tanto as organizações estejam alinhadas aos anseios da sociedade e, principalmente, dos seus consumidores e colaboradores, como também essa agenda tem se refletido em fator de ganho de competitividade, geração de valor e maior retorno do capital.

Lauro Chaves Neto – Professor da UECE, PHD pela Universidade de Barcelona e Conselheiro Federal de Economia.

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