Paulo Dantas: “Estado deve possibilitar todas as iniciativas que visem ao crescimento”

  • 27 de abril de 2023
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Presidente do Cofecon concedeu entrevista ao Jornal do Meio-Dia, da Rádio Campina FM

O presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Paulo Dantas da Costa, foi o entrevistado do dia 20/04 no Jornal do Meio-dia, da Rádio Campina FM, para falar sobre as finanças do país e as perspectivas da inflação para o ano de 2023. O programa foi conduzido pelo apresentador Lenildo Ferreira. A entrevista aconteceu ao vivo, confira na íntegra no player abaixo:

A taxação de compras internacionais foi o primeiro assunto a ser debatido. Os envios internacionais de pessoas físicas para pessoas físicas no valor de até 50 dólares são isentos do imposto de importação. O governo anunciou que acabaria com esta isenção, mas depois voltou atrás. “Hoje nós temos uma economia globalizada, muita gente tem acesso ao que é produzido na Europa, na América do Norte, inclusive camadas menos privilegiadas. Isso é muito importante e felizmente a iniciativa (de tributar as compras até 50 dólares) foi suspensa. Penso que deveria ter uma tributação muito amena, para facilitar a vida das pessoas nesse tipo de operação”, comentou o presidente do Cofecon. “Em termos de impacto na arrecadação, é um item que não tem grande expressão”.

Dantas caracterizou a inflação de 2023 e o peso da alimentação e dos combustíveis nos índices – a inflação nos últimos 12 meses, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 4,65%. O presidente destacou a importância da alimentação e dos combustíveis na composição dos índices de inflação. “A alimentação tem uma importância altíssima para quem ganha até quatro salários-mínimos, e o combustível também atinge esse tipo classe social. O fato de não ter automóvel não significa que o cidadão não seja atingido pela inflação – ele pega ônibus para ir para o trabalho e as crianças pegam ônibus para ir à escola. Então a repercussão é imediata, é no bolso do cidadão”, afirmou o especialista, enfatizando que as políticas econômicas devem priorizar o interesse das pessoas com mais necessidade.

Ao abordar o novo arcabouço fiscal, Dantas chama a atenção para o fato de que o governo precisa investir para fazer a economia crescer, mas o mercado financeiro exige que os gastos estejam sob controle. “O mercado obriga o governo a tomar iniciativas e explicar para a sociedade o que é que está fazendo para conter os gastos, e o orçamento fica um tanto engessado. O governo está apresentando um plano fiscal pra dizer à sociedade o que pretende realizar e como irá assegurar os gastos prioritários, mas com um cuidado muito grande para controlar o orçamento”, avaliou Dantas. “O papel do Estado é muito importante no para o crescimento da economia. Ele tem que investir, porque é com investimento que se gera crescimento e é com crescimento que se gera empregabilidade. Claro que não defendo um estado irresponsável que faça tudo de qualquer jeito, mas também é preciso saber que às vezes o mercado diz isso ou aquilo e corremos atrás de atender demandas desnecessárias”.

Por fim, perguntado sobre o que esperar de 2023, o economista defendeu a ação do Estado para gerar crescimento. “Ele deve possibilitar todas as iniciativas que visem ao crescimento econômico. O crescimento é algo absolutamente salutar, porque gera empregabilidade. Quando o cidadão está empregado, a vida dele está resolvida, ele tem como dar conta de suas necessidades. O Estado deve envidar os esforços que estão em sua competência”, finalizou Dantas.

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