Pessotti: Ajustes macroeconômicos precisam ser feitos para frear a alta dos alimentos
Conselheiro federal e presidente do Corecon-BA, Gustavo Pessotti, fala em entrevista à Agência RadioWeb
De janeiro a setembro de 2022, a inflação para o grupo alimentação e bebidas alcançou a marca de 9,54%. Essa é a maior alta para os nove primeiros meses do calendário em 28 anos. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e foram compilados pelo jornal Folha de S. Paulo.
O conselheiro federal e presidente do Corecon-BA, Gustavo Pessotti, falou em entrevista à Agência RadioWeb sobre uma série de fatores que contribuíram para esse cenário: “problemas nas condições climáticas, política macroeconômica equivocada e condições internacionais adversas estão entre as principais explicações para essa carestia que infelizmente deve continuar pressionando a inflação”.
Para Pessotti, ajustes macroeconômicos precisam ser corrigidos para conter a alta nos preços. “Nos próximos meses, a gente espera um ritmo menor de crescimento desses preços, mas não deflação. O fato negativo, quem quer que seja o próximo presidente, é que a tendência para 2023, num primeiro olhar, indica uma manutenção nesse quadro com alimentos pressionando a inflação”, ponderou.
A alta nos preços dos alimentos impacta, principalmente, a população mais pobre. A alimentação consome uma fatia maior do orçamento dessas famílias na comparação com faixas de renda mais elevadas.
“A gente precisa lembrar que o brasileiro comum enfrentou várias adversidades: piora em todos os quadros desde distribuição de renda, aumento na desigualdade, menor ritmo de crescimento de salário mínimo. Então, assim, a massa de salários está em queda, o desemprego está em alta com o agravante de que os que estão empregados não melhoraram o nível de renda”, finalizou.
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