PIB per capita 2019 cresceu apenas 0,3% e é 7,5% inferior ao nível pré crise, avalia o Presidente do Cofecon

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechou o ano de 2019 com crescimento de 1,1%, totalizando R$ 7,257 trilhões. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quarta-feira, 4 de março, o resultado das Contas Nacionais Trimestrais referentes ao quarto trimestre do ano passado.

Segundo comunicado do IBGE, este é o terceiro resultado positivo do indicador, após altas de 1,3% de 2017 e de 2018. O PIB per capita, que representa o produto interno bruto dividido pela quantidade de habitantes de um país, variou 0,3%, em termos reais, e alcançou R$ 34.533 em 2019. “É um nível 7,5% abaixo de antes da crise, em 2013. Este desempenho pífio da renda per capita denota, juntamente com o elevado nível de desemprego, uma restrição ao crescimento, que depende da demanda”, observa o presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda.

Setores da economia

Durante o período, o setor de serviços cresceu 1,3%, com destaque para atividades de informação e comunicação (4,1%), atividades imobiliárias (2,3%), comércio (1,8%), outras atividades de serviços (1,3%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,0%) e transporte, armazenagem e correio (0,2%). A atividade de administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,0%) se manteve estagnada no ano.

Embora a indústria como um todo tenha apresentado resultado positivo de 0,5% no ano de 2019, o presidente observa que a indústria de transformação cresceu apenas 0,1%.  “Trata-se de algo muito preocupante e denota a estagnação da parte da indústria que tem maior potencial de geração de valor agregado, ou seja, de emprego, renda, pagamento de tributos”, destaca o presidente do Cofecon.

A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos apresentou resultado positivo, com crescimento de 1,9% em relação a 2018, puxado pelo crescimento de 1,6% na construção. Já o destaque negativo ocorreu em indústrias extrativas, com queda de 1,1% no ano. Indústrias de transformação ficaram estáveis em, 0,1%.

No setor agropecuário as lavouras com bom desempenho foram milho, que registrou crescimento de 23,6% e expressivo ganho de produtividade; algodão (39,8%), laranja (5,6%) e feijão (2,2%). Em contrapartida, houve variação negativa em culturas como café (-16,6%), arroz (-12,6%), soja (-3,7%) e cana (-1,0%).

Perspectivas para 2020

As perspectivas para 2020 não são de alteração substancial do quadro, avalia Lacerda. “O PIB 2020 deverá apresentar resultado semelhante à média observada entre 2017 e 2019, em torno de 1,3%. Para isso contribui não apenas as condições adversas internas, como desemprego elevado, restrição de renda e crédito ainda caro, apesar da queda do juro básico. Há ainda o efeito do Corona vírus, uma vez que o Brasil é muito dependente de exportações de commodities, que apresentam queda de preço e demanda”, argumenta o presidente do Cofecon.

Outro aspecto lembrado é a ausência de um projeto de desenvolvimento: “Falta-nos um modelo articulado de políticas públicas para combater a crise, basicamente investimentos públicos, estímulos de financiamento, políticas para o setor produtivo, sem esquecer do papel relevante dos programas sociais”, conclui Antonio Corrêa de Lacerda.

Com informações do IBGE

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