Roberto Rodrigues afirma que não haverá paz enquanto houver fome

  • 9 de setembro de 2021
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Em sua fala durante a palestra “O agro brasileiro no mundo pós-pandemia” no XXIV Congresso Brasileiro de Economia, o engenheiro agrônomo e agricultor Roberto Rodrigues afirmou que não haverá paz enquanto houver fome. “A verdade é que a pandemia trouxe duas questões de curto prazo para serem discutidas, que são a segurança alimentar e a sustentabilidade”. Para o especialista, a segurança alimentar passa pela agricultura. “Principalmente pelo cinturão tropical, que passa pela América Latina e Ásia. O Brasil tem um papel central no processo”, afirma.

Rodrigues mostrou dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos que apontam que até 2026 e 2027 o Brasil é o país que mais ampliará a produção de alimentos, com previsão de aumento de 41%. “Essas pesquisas dizem que é necessário aumentar em 20% a produção mundial de alimentos para conseguir alimentar a população e para isso o Brasil precisa crescer este percentual”.

“No ano passado, 27% do PIB brasileiro veio da atividade do agronegócio e 48% desta atividade foi voltada para exportações”. Para Rodrigues nós temos um país bem evoluído agricolamente e um setor competitivo importante, que pode avançar cada vez mais.

O coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas e embaixador especial da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura para as cooperativas falou ainda sobre as iniciativas sustentáveis para reduzir os gases de efeito estufa. “Temos atualmente o plantio direto na palha, integração lavoura pecuária e floresta, recuperação de áreas degradadas, plantio de florestas, fixação biológicas do nitrogênio e tratamento de resíduos animais”.

“A sustentabilidade é um tema mais moderno, mas ganhou uma dimensão grande por conta do aquecimento global e do desmatamento. Esse tema passou a ter uma forte consideração e cresce cada vez mais em uma população jovem que deseja preservar cada vez mais o meio ambiente”. Ainda ressaltando a importância do agronegócio nas iniciativas sustentáveis, o especialista ressaltou que na matriz energética brasileira, em que 48% advém de energias renováveis, 19% deste percentual é produzido pela agricultura. “Nossa matriz energética é admirada no mundo todo”, disse o palestrante.

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