Róridan e Pagnussat esperam crescimento acima de 2% em 2024

  • 2 de janeiro de 2024
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Ex-conselheiros federais foram ouvidos em matéria publicada pela agência chinesa Xinhua e comentaram indicadores que permitem olhar com otimismo para o novo ano

Uma matéria publicada pela agência chinesa Xinhua destaca o desempenho da economia brasileira no ano de 2023. O texto ressalta que o crescimento acima de 3% superou amplamente as expectativas, aponta que o governo conseguiu aprovar o novo marco fiscal e a reforma tributária e informa que o desemprego deve terminar o ano em 7,5%.

O economista Róridan Penido Duarte – que atuou como conselheiro federal até 2023 – foi um dos especialistas ouvidos. “Destaca-se, sem dúvida, o consumo das famílias, que cresceu como resultado da política ativa do governo em relação ao salário mínimo e das políticas de transferência de renda”, comentou o economista. “Outro dado destacado é a redução, embora lenta e em ritmo constante, do desemprego, que já está alcançando marcas mínimas em alguns períodos”.

Em relação a 2024, o economista vê o cenário como positivo e otimista. “É possível que o crescimento seja menor que o de 2023, mas continua sendo importante que ele esteja acima de 2%”, observou Róridan. “Isso aponta para um crescimento no PIB per capita e no aumento da produtividade”.

Róridan ainda falou sobre os efeitos de uma possível redução na taxa de juros – o texto da agência aponta uma expectativa de 9,25% no encerramento de 2024. “O mercado de crédito também pode apontar para uma retomada da construção civil e um maior crescimento do emprego, especialmente nestes setores que demandam mais mão de obra”, afirmou.

Também foi ouvido pela agência Xinhua o ex-presidente do Cofecon José Luiz Pagnussat. “O que está ajudando o Brasil é a China. O bom desempenho da economia chinesa faz com que nossos produtos continuem tendo demanda no mercado internacional”, disse Pagnussat. “O Banco Central do Brasil não acompanhou a redução da inflação, o que gerou uma maior taxa de juros real. Isto ajuda a explicar a desaceleração no terceiro e no quarto trimestre do ano”.

Pagnussat espera que a redução contribua para reaquecer a economia brasileira. “Esperamos uma recuperação nos investimentos, que têm tido uma queda progressiva. Do lado da demanda das famílias, o salário médio está crescendo e há aumento do emprego e da massa salarial, o que conduz a um relativo reaquecimento da demanda. A renegociação das dívidas das famílias, promovida pelo governo, deve ser positiva num segundo momento”.

Pagnussat estima um crescimento próximo de 3% em 2024 e acredita que o novo PAC terá um papel importante na economia. “Se houver uma aceleração na queda dos juros e uma vitória dos desenvolvimentistas sobre os fiscalistas dentro do governo, é possível um crescimento maior”, comentou. “Se a taxa de juros cair gradualmente, o custo do financiamento da dívida também cai. Não há risco fiscal de falta de pagamento ou de aumento de impostos, que é a preocupação dos empresários”.

A matéria da agência Xinhua pode ser lida, em espanhol, clicando AQUI.

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