Sóciologo italiano que participou do Congresso Brasileiro de Economia em 2021, Domenico de Masi, morre aos 85 anos

  • 11 de setembro de 2023
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Masi, um dos pensadores mais influentes do século XX, deixou seu legado através da criação do conceito de “ócio criativo” e pela sua grande influência na criação do partido italiano Movimento 5 estrelas

O sociólogo italiano Domenico De Masi, renomado autor de mais de 20 livros e criador do conceito de “ócio criativo,” faleceu aos 85 anos em Roma. A notícia foi confirmada no último sábado, dia 9 de setembro.

De acordo com informações do jornal italiano “Il Fatto Quotidiano,” De Masi recebeu o diagnóstico de sua doença em 15 de agosto. A causa de seu falecimento ainda não foi divulgada.

Masi ocupou o cargo de professor emérito de sociologia do trabalho na Universidade Sapienza de Roma e também foi reitor da Faculdade de Ciências da Comunicação dessa mesma instituição.

Entre suas obras notáveis, destaca-se o best-seller “O Ócio Criativo,” publicado em 1995, no qual ele defendia a ideia de que o tempo livre não deve ser encarado como algo necessariamente negativo, mas sim como um estímulo à criatividade pessoal. Além disso, o sociólogo escreveu outros livros influentes, como “Desenvolvimento Sem Trabalho,” “A Emoção e a Regra,” e “O Futuro do Trabalho.”

É com profundo pesar que o Conselho Federal de Economia, junto a todos os economistas brasileiros, lamente a perda da figura notável que foi Domenico de Masi, profissional que deixou sua marca registrada no mundo da sociologia e da filosofia contemporânea. Sua partida deixa um vazio inestimável no campo acadêmico e intelectual.

Participação no XXIV Congresso Brasileiro de Economia

Domenico de Masi participou do XXIV Congresso Brasileiro de Economia, virtualmente, por conta da pandemia da Covid-19. Na ocasião, Masi falou sobre sociedade pós-industrial.

“Após a pandemia viveremos uma fase pós-industrial”, iniciou de Masi, para em seguida caracterizar o que era a sociedade industrial. A produção não seguia mais o modelo agrícola, o trabalho ocupava uma posição central no sistema e o poder era derivado da propriedade dos meios de produção. A cidade mais industrializada do mundo, no início dos anos 1800, era Manchester, na Inglaterra. “Os operários eram 94% dos trabalhadores daquela cidade”, apontou de Masi.

Entre as mudanças trazidas pelo modo de produção industrial encontram-se o aumento da longevidade (de menos de 60 para em torno de 80 anos) e a necessidade de velocidade. “Se compararmos a velocidade com que Júlio César foi de Roma a Paris e a velocidade com que Napoleão, 18 séculos depois, cobriu a mesma distância, eles empregaram duas semanas. Hoje, sem ter os privilégios de um imperador, podemos fazer isso em duas horas”.

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